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Enquanto a equipe econômica costura um pacote de medidas para estimular o crescimento, o mercado cortou mais uma vez nesta segunda-feira sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.

Para analistas, as medidas que estão sendo preparadas pelo governo podem ser um estímulo para a economia, mas ressaltam que o entrave maior são as reformas estruturais.

O mercado reduziu, segundo pesquisa semanal do Banco Central, a previsão para a expansão do PIB neste ano de 3 para 2,97 por cento. Em janeiro, essa estimativa era de 3,5 por cento.

Para 2007, o crescimento previsto é de 3,5 por cento --bem abaixo dos 5 por cento almejados pelo presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) também não vê os 5 por cento de crescimento nos próximos anos, por problemas no setor elétrico e pela baixa taxa de investimento, segundo texto para discussão divulgado nesta segunda-feira.

O instituto afirma que ``a tarefa do próximo governo será a de criar as condições para que, na década de 2011-2020, o país possa ter um crescimento da ordem de 4,5 por cento a 5,0 por cento ao ano''.

``Isso é uma opinião do Ipea. O Ipea é um órgão de estudos e projeção e tem a opinião dele. Nossa opinião é diferente. Nós achamos que dá para crescer 5 por cento sim nos próximos anos porque as condições já estão dadas'', rebateu o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na portaria do ministério.

A equipe econômica apresentará na manhã de terça-feira ao presidente Lula, em reunião no Palácio do Planalto, uma série de medidas para assegurar um crescimento mais robusto da economia já em 2007.

De acordo com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o principal objetivo das medidas é garantir que os gastos correntes do governo cresçam menos que o PIB e permitir o aumento dos investimentos no país, além da redução da carga tributária.

Para o economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto, esse é um primeiro passo do governo.

``Temos que ver que tipo de comprometimento eles vão ter, mas esse pacote deve criar, para o início do ano que vem, um cenário melhor para investimentos, o que estimula a economia'', afirmou o economista. ``Mas precisamos também de uma sinalização mínima na direção de reformas estruturais.''

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, voltou a descartar ``soluções mágicas'' para o Brasil crescer, já que a base para uma expansão maior está dada: a inflação controlada.

Após ouvir reclamações de industriais e do ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues durante um evento de líderes empresariais em São Paulo, Meirelles respondeu que o governo adota políticas que combinem o interesse geral do país com interesses de cada setor da economia.

5 POR CENTO DISTANTES

Lula e representantes da equipe econômica têm afirmado que a meta é fazer o país crescer 5 por cento no próximo ano.

A última vez em que o Brasil teve um crescimento na casa de 5 por cento foi em 1994, com 5,9 por cento. Em 2004, melhor ano do primeiro mandato de Lula em termos de crescimento, o PIB avançou 4,9 por cento. No ano passado, a expansão foi de 2,3 por cento.

Para o ex-ministro da Fazenda e atual sócio da Tendências Consultoria, Mailson da Nóbrega, o país deverá crescer entre 3 e 4 por cento no próximo quadriênio.

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