Governo
Dilma diz que tem "imensa preocupação" com inflação
A presidente Dilma Rousseff disse ontem, depois de se vacinar contra a gripe, que o governo tem "imensa preocupação" com a inflação e fará tudo que estiver ao seu alcance para não permitir que ela estoure a meta. "Nós temos imensa preocupação com a inflação", afirmou. "Não haverá, em hipótese alguma, [a possibilidade] de o governo se desmobilizar diante da inflação. Todas as nossas atenções vão estar voltadas para um combate acirrado à inflação." A presidente não especificou, no entanto, se o governo adotará novas medidas para conter a alta dos preços.
Ainda sem refletir a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) da noite de quarta-feira passada aumento da Taxa Selic de 0,25 ponto porcentual, para 12% ao ano , o boletim semanal Focus do Banco Central captou a sétima elevação consecutiva na projeção da inflação de 2011, que se aproxima de romper o teto da meta oficial.
O mercado subiu a estimativa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 6,34%.O centro da meta fixado pelo governo para este ano e o que vem é de 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos para mais ou menos. O BC já afirmou que este objetivo não é factível, sem custos muito grandes, para 2011, mas se comprometeu a alcançá-lo ainda no primeiro semestre de 2012.
Para o próximo ano, os analistas mantiveram a projeção para o índice de preços em 5%. Mas, para a economista da Consultoria Tendências Alexandra Ribeiro, esse quadro deverá mudar nas próximas semanas, com piora nas expectativas.
"Você tem um cenário de inflação corrente bastante complicado e o Banco Central dá sinais de ser propenso ao risco, ao fazer ajustes suaves [nos juros] ainda com uma demanda aquecida. Isso reforça a expectativa do mercado de que o IPCA não ficará dentro [do centro] da meta também em 2012", diz a economista. A Tendências já trabalha com projeção de 5,2% para o IPCA de 2012 e de 6,6% neste ano rompendo, portanto, o teto.
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