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Mercados esperam que o banco central dos EUA reduza a oferta de dólares no mercado mundial, o que resultaria em alta – que já está sendo antecipada | Manuel Dohmen/Creative Commons
Mercados esperam que o banco central dos EUA reduza a oferta de dólares no mercado mundial, o que resultaria em alta – que já está sendo antecipada| Foto: Manuel Dohmen/Creative Commons

Sobe e desce

Moeda americana lidera ranking de investimentos em maio

A disparada do dólar no fim de maio pôs a moeda americana no topo do ranking de investimentos, tanto para o mês quanto para o acumulado janeiro-maio. A moeda acumulou valorização de 7,24% em maio; desde o início de 2013, a alta acumulada é de 4,99%. Isso deixou para trás os rendimentos de renda fixa.

Os depósitos antigos de poupança vêm em segundo, com alta de 0,5% em maio e de 2,53% desde 1º de janeiro – os depósitos novos renderam 0,36% no mês. A BM&FBovespa e o ouro aparecem na lanterna do ranking. No mês passado, a bolsa paulista caiu 4,30%; no ano, a perda soma 12,22%. Já o ouro caiu 0,42% em maio e 13,61% desde o início de 2013.

Isso não quer dizer, porém, que a saída para o investidor seja uma "corrida" para comprar a moeda americana. Primeiro pela própria natureza volátil do câmbio – trata-se de uma aplicação variável tão arriscada quanto a bolsa. "É um investimento para quem tem patrimônio representativo e está buscando diversificar", diz Michael Viriato, professor de Finanças da escola de negócios Insper.

Agência Estado

O dólar voltou a registrar forte alta ontem, chegando ao patamar de R$ 2,146, o maior em quatro anos. Segundo analistas, a ação do BC – que fez duas pesquisas de demanda, sendo uma após o fechamento, e um leilão de swap cambial tradicional no dia – visou frear movimentos especulativos, mas ainda é cedo para entender qual seria um eventual novo teto para a divisa norte-americana.

O dólar subiu ontem 1,36% e fechou no maior patamar desde 5 de maio de 2009, quando fechou a R$ 2,149 diante da profunda crise financeira que assolava o mundo naquele momento. No mês, a moeda norte-americana acumulou valorização de 7,04% frente ao real. Segundo a BM&F, o giro ficou em torno de R$ 1,5 bilhão nesta sessão.

"A tendência mundial é de valorização do dólar, só que tudo tem um teto. Então, o mercado está testando", disse o operador de câmbio da Advanced Reginaldo Siaca. Os mercados mundiais estão reagindo à possibilidade de o Federal Reserve, banco central americano, reduzir em breve seu estímulo monetário diante dos sinais de recuperação da maior economia do mundo. Caso tomada, essa decisão limitaria a oferta de dólares nos mercados mundiais, pressionando para cima as cotações da divisa dos Estados Unidos. A avaliação ganhou força com a divulgação de que a confiança do consumidor norte-americano chegou ao maior nível em quase 6 anos.

Pesquisa

Antes de anunciar o leilão de swap cambial tradicional –equivalente a uma venda de dólares no mercado futuro – no início da tarde, o BC fez pesquisa de demanda para a operação. Foram vendidos 17,6 mil contratos da oferta de até 30 mil. E depois do fechamento do mercado, o BC fez nova pesquisa de demanda de swap tradicional. De acordo com a assessoria de imprensa do BC, ainda não há data nem decisão para realização efetiva do leilão.

A última vez que a autoridade monetária interveio no mercado de câmbio foi no fim de março, quando o dólar se aproximava de R$ 2,03. Após o leilão nesta sessão, o dólar chegou a reduzir parte de seus ganhos, sendo cotado a R$ 2,1189 na venda, mas em seguida voltou a ganhar força.

Analistas destacavam ainda que recentes declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, colocavam dúvidas sobre possível novo nível de intervenção do BC, uma vez que o ministro disse que o câmbio não será usado como ferramenta de combate à inflação.

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