Rio de Janeiro (das agências) A queda nos preços dos alimentos e o dólar em patamar reduzido mantiveram a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) domada em julho. A variação de 0,25% foi decorrente dos reajustes nas tarifas de telefonia fixa e nos combustíveis. De acordo com os dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA, principal índice de variação de preços do país, voltou a registrar inflação, mesmo que tímida, já que junho apurou deflação de 0,02%.
Para a gerente do sistema de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, os resultados de julho mostram que "a estabilidade de preços é muito convincente, e não pressão dos preços sobre a inflação".
O IPCA é referência para as metas de inflação do governo e acumulou até julho alta de 3,42%, ainda distante da meta de 5,1% estabelecida para 2005. Nos últimos 12 meses, a variação acumulada recuou para 6,57% em julho, ante 7,27% em junho nesse indicador. "Isso significa que a inflação está de fato em desaceleração", disse Eulina.
Luiz Roberto Cunha, economista da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), avalia que os efeitos benéficos sobre os preços em julho ausência de problemas na safra agrícola e dólar baixo vão persistir em agosto. Eulina concorda que praticamente não há pressões conhecidas para a inflação de agosto, exceto resquícios do aumento na telefonia.
Em julho, os reajustes no telefone fixo (4,21%), no álcool (2,05%) e gasolina (0,87%) contribuíram, sozinhos, por 0,20 ponto porcentual da inflação. Sem a elevação de preços nesses itens a variação não teria ultrapassado 0,05%. "Isso mostra que a inflação (no mês) foi altamente localizada", conclui Eulina.
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