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O dólar encerrou esta sexta-feira (3) em queda, mesmo depois de o Banco Central ter realizado, pela manhã, um leilão de compra da moeda norte-americana no mercado a termo. Segundo operadores, a queda foi puxada porque o país continua recebendo intenso fluxo de moeda estrangeira, com a melhora no cenário internacional.

O dólar fechou a R$ 1,7171 na venda, em baixa de 0,27%, acumulando desvalorização de 1,24% na semana e de 8,10% no ano.Nesta manhã, a autoridade monetária anunciou o leilão de compra de dólares a termo, semelhante à compra de moeda no mercado à vista. A diferença se dá na data de liquidação: as compras a termo têm liquidação futura, definida no momento do anúncio, enquanto as aquisições à vista são fechadas em dois dias úteis.

Um ação do BC no mercado era esperada pelos agentes econômicos, já que a moeda norte-americana tem se desvalorizado muito nas últimas semanas.

A liquidação da operação desta sexta-feira ocorrerá em 20 de março de 2012 e o BC definiu como taxa de corte de 1,7383 real. Foi a primeira intervenção da autoridade monetária no mercado de câmbio neste ano e a primeira operação desse tipo desde 26 de julho de 2011.

Após a operação do BC, o dólar chegou a subir, mas a cotação ficou volátil após a divulgação de dados melhores do que o esperado sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos. A economia norte-americana registrou a maior geração de empregos dos últimos nove meses em janeiro e a taxa de desemprego do país caiu a 8,3%, o menor patamar em quase três anos, segundo informou o Departamento de Trabalho do país.

Para alguns profissionais do mercado, o BC pode precisar ser mais incisivo se quer mesmo manter a taxa de câmbio acima do patamar de 1,70 real, considerado um "piso informal" para a cotação. A perspectiva de novas entradas de recursos estrangeiros diante da recuperação do apetite por risco internacional favorece um dólar mais enfraquecido.

"O dólar vai continuar pressionado, porque o momento é de otimismo", disse o gerente de câmbio da SLW Corretora, Pedro Galdi. Ele apontou, como sinal da forte entrada de recursos estrangeiros no Brasil, o giro financeiro elevado que a Bovespa vem apresentando nos últimos dias.

"Os investidores vão aplicar o dinheiro nos países emergentes e o Brasil, com renda fixa elevada e bolsa subvalorizada, é um destino privilegiado", afirmou GaldiSegundo dados do BC, até o dia 27 passado, as entradas líquidas de dólares no país estavam em 6,5 bilhões de dólares em janeiro, já a maior cifra desde setembro fechado, quando o superávit havia ficado em 8,484 bilhões de dólares.

IOF de novo

A equipe econômica considera que ainda não são necessárias mais medidas para evitar um fortalecimento maior do real. Mesmo assim, segundo informou à Reuters uma fonte próxima ao assunto, caso isso ocorra, uma das principais possibilidades é fazer um novo ajuste no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações com derivativos cambais.

Apesar disso, o governo sabe que o país continuará recebendo fortes fluxos cambais. Isso porque, entre outros, o Federal Reserve (banco central dos EUA) anunciou, na semana passada, que vai manter as taxas de juros em níveis "excepcionalmente baixas" pelo menos até o final de 2014.Isso torna as aplicações no Brasil bem mais atraentes, mesmo com possíveis barreiras tributárias maiores. Hoje, a taxa básica de juros do Brasil está em 10,50% ao ano, uma das mais elevadas do mundo e que serve de referência para remuneração de algumas aplicações.

No final de julho passado, um dia depois de o BC realizar seu última leilão a termo do ano passado, o governo anunciou uma taxação sobre as exposições em derivativos cambiais, feitas tanto por instituições financeiras quanto pessoas físicas, em um esforço para reduzir as apostas contra o dólar e conter a valorização do real. Naquele momento, o dólar estava cotado próximo a 1,55 real.

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