Brasília (Folhapress) A defasagem dos preços internos da gasolina e do diesel diante da cotação do petróleo no mercado internacional chega a 30% e 20%, respectivamente. A estimativa é do diretor-geral interino da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima. Ainda assim, ele defendeu ontem a manutenção da atual política de preços da Petrobrás e do governo, de não reajustar os preços a cada movimento do mercado internacional.
O último reajuste desses combustíveis foi anunciado pela Petrobrás em novembro do ano passado, quando o preço do barril do petróleo custava em torno de US$ 40. Recentemente o barril tem se mantido na casa dos US$ 60.
"A hipótese de equilibrar o preço, de nivelar o preço em nível internacional, significa uma elevação substancial que o povo brasileiro não vai superar", disse Lima. Segundo ele, essa hipótese "se choca com as condições de aquisição do povo brasileiro" e também coloca "de cabeça para baixo" toda a política de preços.
Ele reconheceu, no entanto, que é preocupante para o setor a situação das pequenas refinarias privadas do país (Manguinhos e Ipiranga), que enfrentam dificuldades por não terem capacidade de competir com a Petrobrás nesse ambiente de contenção de preços.
"Isso aí [aumento de preços] está descartado. Penso eu que está descartado. Se o governo achar que pode enfrentar isso, é uma coisa que o nosso povo reprovaria liminarmente", disse Lima, ao comentar que a postura da ANP não pode ser apenas de indicar a necessidade de alta dos preços internos, apesar de admitir que essa seria uma das hipóteses para resolver o problema das pequenas refinarias.
"A nossa exigência não deve ser: aumente o preço da gasolina. Isso é uma medida absolutamente antipopular para um governo popular", afirmou. Ele destacou que a ANP e o governo estão justamente levantando saídas para as pequenas refinarias a fim de evitar a necessidade de aumento.
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