A meta de superávit primário foi criada para servir de âncora na redução da relação entre a dívida pública e o PIB. Hoje, o Brasil deve um valor superior a 50% do PIB o débito passa de R$ 1 trilhão. O ideal, segundo economistas, seria uma relação abaixo de 30%. Isso porque esse é um dos principais indicadores da capacidade de um país pagar sua dívida. Quando está alto, como no caso brasileiro, os investidores exigem o pagamento de juros maiores para comprar títulos públicos.
A tendência apontada por analistas é de uma redução nessa relação neste ano, com o cumprimento da meta de superávit de 4,25%. Mesmo assim, o esforço fiscal será capaz apenas de provocar um pequeno avanço no tamanho da dívida. As propostas para que o proporção dos débitos em relação ao PIB caiam para 30% trabalham com cenários superiores a dez anos.
Em um estudo recente, os economistas Fábio Giambiagi e Antônio Delfim Netto elaboraram uma proposta com metas até 2016. O superávit primário começaria em 4,75% do PIB e chegaria a 2% em dez anos. Uma das condições para o sucesso do ajuste, segundo eles, é a manutenção das despesas nos níveis atuais.
"A discussão sobre a questão fiscal está ganhando corpo e será colocada diante de quem ganhar as eleições", diz o economista-chefe do Banco Fator, João Francisco Gonçalves. E a conversa não ficará restrita aos porcentuais do superávit. "A revisão da estrutura de gastos públicos ficará para o próximo governo", diz Sérgio Vale, analista da MB Associados.
- Mercado levanta dúvidas sobre cumprimento da meta de superávit
Aposentados de 65 anos ou mais têm isenção extra de IR, mas há “pegadinha” em 2024
Esquerda não gostou de “solução” para o rombo compartilhada por Haddad; o que diz o texto
A “polarização” no Copom e a decisão sobre a taxa de juros
Bolsonaro 5 x 4 Lula: BC se divide sobre juros e indica rumo após saída de Campos Neto