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O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, afirmou nesta segunda-feira que a meta de exportações para 2008 de US$ 202 bilhões pode não ser atingida, em razão dos efeitos da crise internacional e outros fatores não esperados, como a paralisação das operações no Porto de Itajaí, em Santa Catarina. "Ainda esperamos que haja um bom desempenho para este ano. Eu acredito que vai chegar a US$ 200 bilhões", disse, em entrevista coletiva à imprensa sobre os dados da balança comercial de novembro.

Barral afirmou que o principal fator para não atingir a meta é a queda do preço do barril de petróleo. Segundo ele, só em novembro houve uma redução de 35% na cotação em relação a outubro. Além disso, o secretário informou que a previsão da Secretaria Especial de Portos é de que as operações no Porto de Itajaí só voltem a funcionar com 50% da capacidade dentro de 30 ou 60 dias. O secretário disse que tanto exportações como importações, em novembro, registraram valores menores do que os projetados pelo ministério.

O governo calculava exportações de US$ 16,493 bilhões, valor acima do registrado efetivamente, de US$ 14,753 bilhões. Ele informou que essa diferença de US$ 1,740 bilhão resulta dos efeitos da paralisação do Porto de Itajaí e queda nos embarques em Paranaguá e São Francisco do Sul (US$ 370 milhões); da queda no preço do petróleo (US$ 600 milhões); da redução no embarque de minério de ferro, principalmente para a China (US$ 490 milhões); e da diminuição de outras exportações, como autopeças, siderúrgicos e motores de veículos (US$ 280 milhões). O secretário estima que o preço do petróleo deve ser responsável por uma redução nas exportações do produto em dezembro entre US$ 600 milhões e US$ 1 bilhão.

Do lado das importações, o governo calculava atingir em novembro US$ 17,305 bilhões, mas a balança comercial registrou compras de US$ 13,140 bilhões. As causas principais para essa diferença de US$ 4,165 bilhões a menos são: redução nas importações de petróleo e combustíveis, por causa do preço e da quantidade embarcada (US$ 1,497 bilhão); diminuição nas compras de matérias-primas intermediárias (US$ 1,634 bilhão); queda nas aquisições de bens de capital (US$ 695 milhões) e de bens de consumo (US$ 285 milhões); além da paralisação dos portos de Itajaí, Paranaguá e São Francisco (US$ 170 milhões).

Dólar

Barral avaliou que a instabilidade na cotação do dólar tem afetado as importações e as exportações. Segundo ele, as compras no mercado internacional estão sendo reduzidas porque há um medo do importador em relação ao valor que terá de pagar pelos produtos encomendados e nas vendas externas, disse o secretário.

Recordes

Barral disse ainda que, apesar dos efeitos da crise e do dólar na balança comercial, as exportações e as importações foram recorde para meses de novembro, totalizando US$ 14,753 bilhões e US$ 13,140 bilhões, respectivamente.

Segundo os dados apresentados pelo secretário, as exportações de produtos básicos cresceram 21,1% em relação a novembro de 2007, mas tiveram uma queda de 20,7% na comparação com outubro deste ano. Segundo ele, essa redução em relação ao mês anterior deve-se à queda nos preços das commodities (matérias-primas), principalmente de petróleo, ferro-gusa e semimanufaturados de ferro e aço.

Já os produtos industrializados registraram uma queda nas vendas externas de 2,2% em relação a novembro de 2007 e de 5,3% em relação a outubro de 2008. Barral afirmou que, embora a maior parte das commodities tenha sofrido redução nos preços em relação a outubro, boa parte ainda está em patamar mais elevado do que em novembro de 2007. É o caso, por exemplo, dos preços de minério de ferro, que estão 99,5% mais caros do que em novembro em 2007. O secretário, no entanto, admitiu que a tendência de queda nos preços das commodities ainda não se estancou. Ele acredita que a intensidade dessa queda está diretamente ligada à extensão da crise.

Do lado das importações, as compras de bem de capital, matérias-primas e intermediários e bens de consumo registraram crescimento na comparação com novembro de 2007, mas tiveram uma queda elevada em relação a outubro de 2008. Segundo o secretário essa redução se deve, principalmente, à desvalorização do real. No caso de bens de capital, houve uma queda de 12,3% que, segundo Barral, pode ser explicada pelo aumento do custo das máquinas importadas.

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