O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu ontem manter a meta de inflação de 2013 em 4,5% com uma margem de tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo. O CMN também confirmou a meta de 2012 em 4,5%, com a mesma margem. A decisão contrariou algumas avaliações que apostavam na redução da meta, pois a referência nacional para a inflação é mais elevada do que a de outros países com um desenvolvimento econômico similar ao do Brasil.
Ao explicar a decisão do CMN, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, ressaltou que a equipe econômica fixou a meta de 2013 levando em consideração as incertezas do mercado internacional e também a necessidade de o país crescer de forma sustentada nos próximos anos. "A decisão tem por objetivo garantir o controle inflacionário e dar a flexibilidade necessária para a política monetária de forma compatível tanto com o potencial produtivo da economia quanto com cenário de incertezas originárias do mercado internacional", disse Holland. Entre essas incertezas está o comportamento dos preços de commodities, especialmente o petróleo. Já no cenário doméstico, o governo preferiu ter cautela na hora de fixar a meta futura, uma vez que a inflação está acima do centro de 4,5% definido para 2011.
Mesmo assim, Holland destacou que a inflação tem ficado dentro das bandas de tolerância da meta desde 2005, sendo que, se isso ocorrer em 2011 e 2012, o país terá conseguido manter esse comportamento por oito anos seguidos. "A economia brasileira mostrou extraordinária capacidade de recuperação. Junto com essa recuperação, veio a expansão do mercado de trabalho e o aumento dos preços de commodities, alimentos e etanol. Assim, a inflação teve um comportamento fora do desejado no início do ano, mas a partir de maio, vem apresentando desaceleração", disse.
Com a manutenção, a meta de inflação completará em 2013 o nono ano em 4,5%. Desde 2005, o centro da meta (definida em 2003) está fixado neste patamar, e desde 2006 comporta uma variação de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. Em 2005, a folga na meta foi de 2,5 pontos porcentuais. De 2005 a 2010, o governo conseguiu segurar a inflação abaixo do centro da meta em três anos (2006, 2007 e 2009), mas superou os 4,5% nas outras três ocasiões, sem ultrapassar o teto de 6,5%.
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