Apesar da queda do superávit primário em relação a abril, o chefe-adjunto do departamento econômico do Banco Central, Luiz Malan, disse nesta sexta-feira que a autoridade monetária continua projetando o cumprimento da meta estabelecida para este ano, de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB).

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- A redução do superávit em maio era extremamente esperada por conta da arrecadação sazonal (de abril). Não há nenhuma mudança de tendência do ajuste do primário - afirmou Malan.

Com arrecadação menor e impactado pelo aumento do salário-mínimo, o superávit em maio ficou em R$ 6,303 bilhões, praticamente a mesma cifra de igual período de 2005 (R$ 6,314 bilhões), mas quase 70% menor do que o resultado de abril, quando ficou em R$ 19,426 bilhões. O número do mês passado corresponde a 4,51% do PIB no acumulado de 12 meses, 0,2 ponto percentual a menos do que abril (4,53%).

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O governo central - formado pelo governo federal, pelo BC e pelo INSS - foi o que mais pesou no resultado de maio. O superávit desse setor ficou em apenas R$ 3,146 bilhões, cerca de R$ 13 bilhões a menos do que em abril (R$ 16,312 bilhões), sendo que o governo federal ficou com saldo positivo de R$ 6,469 bilhões, depois de fazer R$ 18,938 bilhões no mês anterior. O BC e o INSS registraram déficit de R$ 12 milhões e de R$ 3,311 bilhões no período, respectivamente.

Os governos regionais e as estatais mantiveram o mesmo ritmo de superávit em maio. Os estados registraram saldo positivo de R$ 1,875 bilhão (R$ 1,866 bilhão em abril), enquanto que os municípios de R$ 254 milhões, acima dos R$ 184 milhões de abril. Segundo Malan, além dos repasses de impostos maiores, os estados também foram beneficados com os pagementos de royalties repassados pelo Tesouro em maio. Já as estatais tiveram superávit de R$ 1,028 bilhão, frente ao R$ 1,064 bilhão de abril.

A boa notícia de maio veio sobretudo com os juros, cujos pagamentos recuaram de R$ 12,873 bilhões (abril) para R$ 7,158 bilhões. Apesar de ter ficado acima do superávit primário do período, os juros foram beneficiados pelos ganhos com swap cambial do BC, no valor de R$ 3,6 bilhões, e pela desvalorização cambial de 10,1% no mês. A dívida líquida do setor público fechou maio em R$ 1,019 trilhão, equivalente a 50,7% do PIB. A estimativa do BC é de que, em junho, essa relação recue para 50,6%.