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Entre os consumidores que passaram pelo projeto-piloto do 1.º Juizado Especial de Curitiba de maio do ano passado até março deste ano, grande parte (46%) era casada e metade tinha renda mensal familiar de até três salários mínimos e idade entre 22 e 44 anos – faixa em que as pessoas normalmente buscam colocação ou estabilidade no mercado de trabalho. As dívidas mais recorrentes eram com limite de cheque especial, empréstimos bancários e cartões de crédito.

Embora a maior parte dos superendividados estivesse ativa, as parcelas de desempregados e aposentados são representativas: 21% e 9%, respectivamente. O desemprego é a causa mais citada para o superendividamento (30%), seguido da redução de renda (25%), gasto maior que o ganho (22%), doenças pessoais e familiares (16%) e divórcio e separação (6%) – caso da comerciária Patrícia (nome fictício), 40 anos. Há dois ela se separou do marido e ex-sócio. A situação financeira e emocional difícil a levou a abusar do cheque especial e do cartão de crédito, acumulando R$ 13 mil em dívidas. "A audiência foi em agosto e agora é batalhar para pagar. Firmei uma parceria com uma colega e voltei a trabalhar."

O perfil curitibano tem senelhanças com o das cidades gaúchas, levantado pelas juízas Clarissa Costa de Lima e Káren Danilevicz Bertoncello, entre 2007 e 2008. Um dado curioso levantado só lá é que metade dos superendividados gasta mais de R$ 500 mensais com contas como água e luz. "Diante de aumentos acima da inflação da tarifa de energia elétrica nos últimos anos, não há muito como o consumidor economizar, a não ser tentando mudar seus hábitos", avalia a economista Ione Amorim, do Idec.

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