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Cerca de 46 mil metalúrgicos do ABC, em São Paulo, que não conseguiram fechar acordos salariais, começam greve por tempo indeterminado a partir de terça-feira (18). A decisão foi aprovada em assembleia organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC na noite de sexta-feira (14) e confirmada nesta segunda-feira (17).

Na região, 64 empresas ignoraram grupos patronais e fecharam acordos para evitar a paralisação das fábricas, por isso cerca de 23 mil trabalhadores do total de 70 mil que estão em campanha salarial no ABC não farão greve. Além disso, não participarão 1 2 mil funcionários do setor de fundição que fechou acordo de 8% de reajuste.

Os metalúrgicos do Estado de São Paulo pedem reajuste de 8%, que cobre a inflação de 5,39% do período, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e dá aumento real de 2 5%. Não haverá greve nas fábricas em que o aumento de 8% foi fechado no ABC.

"Isto não significa que o acordo da campanha salarial 2012 já foi fechado. Ele só será fechado pela FEM-CUT. Quem não quiser que sua empresa entre em greve deve entrar em contato com a diretoria do sindicato e oferecer os 8% de reajuste", afirmou o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, em nota distribuída à imprensa. Fora o grupo da fundição, os demais grupos patronais fizeram propostas inferiores aos 8% reivindicados. As ofertas foram rejeitadas no ABC na assembleia de sexta-feira.

Categorias

A Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (FEM-CUT/SP) negocia por trabalhadores da categoria em todo o Estado. Diante das propostas feitas até a última sexta-feira, os sindicatos decidiram aprovar a proposta do setor de fundição e rejeitar as ofertas dos demais grupos patronais - grupos 2 (máquinas e eletrônicos), 3 (autopeças, forjaria e parafusos), grupo 8 (que reúne setores de trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários entre outros), 10 (lâmpadas, material bélico, entre outros) e estamparia. Trabalhadores de montadoras ligados à FEM não participam da campanha salarial deste ano, pois fecharam acordo válido por dois anos em 2011.

Mobilizados durante toda a semana passada, os metalúrgicos paulistas começaram a intensificar os protestos nesta semana. Na região de Sorocaba, por exemplo, os funcionários fizeram paralisações hoje nas fábricas da Gerdau e da Lupatech, segundo a FEM. As demais fábricas locais estão trabalhando em "operação tartaruga", na qual os funcionários reduzem o ritmo de produção. Em Salto, Itu e Araraquara, os trabalhadores também realizaram atrasos e paralisações hoje. O grupo 2 tem rodada de negociações com a FEM terça-feira às 13 horas. A FEM negocia por cerca de 200 mil metalúrgicos do Estado.

Força

Os metalúrgicos da Força Sindical têm data-base de campanha salarial unificada em 1º de novembro, mas terça-feira (18) dirigentes dos sindicatos da base se reúnem para discutir a estratégia da campanha deste ano e o apoio aos metalúrgicos da CUT. "Estamos preocupados com o andamento da campanha salarial do ABC e interior. Parece que os sindicatos patronais fizeram um pacto para não dar aumento real de salário e vamos enfrentar essa situação com unidade na luta, dando apoio a esses companheiros e com ações conjuntas", disse Miguel Torres, presidente em exercício da Força Sindical.

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