| Foto: André Nojima/Imprensa SMC

A paralisação dos metalúrgicos da Volvo entrou no terceiro dia nesta quinta-feira (6) e, ao que tudo indica, não será encerrada antes do fim de semana.

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Em assembleia na porta da fábrica da Cidade Industrial de Curitiba (CIC), os funcionários da área de produção decidiram manter o protesto contra a proposta salarial oferecida pela montadora.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), os trabalhadores só voltam a se reunir na manhã de segunda-feira (10), o que significa que a unidade terá deixado de funcionar por pelo menos quatro dias.

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“Como a Volvo não apresentou uma proposta que garanta 100% da inflação, os trabalhadores decidiram continuar o protesto, voltaram para casa e retornam só na segunda-feira para ver se tem uma nova proposta”, disse o vice-presidente do SMC, Nelson Silva de Souza.

A fábrica vinha produzindo uma média de 35 caminhões pesados, 12 caminhões médios e cinco chassis de ônibus por dia. Com os dias parados, pouco mais de 200 veículos deixarão de sair das linhas de produção.

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Os principais pontos da proposta da Volvo são um reajuste salarial de 4,81% – equivalente a 50% da inflação acumulada em 12 meses, de 9,62% até agosto, segundo o INPC – e um abono de R$ 5 mil.

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Empresa

Em entrevista à Gazeta do Povo na terça-feira (4), o vice-presidente de RH e Assuntos corporativos da Volvo, Carlos Morassutti, disse que a empresa vive uma situação atípica e que não tem condições de repassar aos salários toda a inflação acumulada.

Morassutti afirmou que a companhia vem mantendo um excedente de pessoal – de 400 pessoas, segundo estimativas divulgadas meses atrás – ao mesmo tempo em que as vendas caíram 70% desde 2015. Pelos cálculos do executivo, em dez anos os salários dos funcionários da Volvo subiram 40% acima da inflação.

“Quando a empresa vai bem e está ganhando dinheiro, não temos o menor problema em compartilhar os resultados com os funcionários. Mas não é essa a situação atual”, disse.