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Um projeto de lei em discussão na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos De­­pu­­tados promete ampliar ainda mais a parcela da população com acesso a seguros. O documento vai regulamentar os chamados microsseguros – voltados à população de baixa renda como forma de inclusão e assistência social, eles poderão inclusive ter algum subsídio do governo federal. O novo modelo vem sendo estudado pelo governo em parceria com a iniciativa privada. A estimativa do Clube Vida em Grupo do Rio de Janeiro (CVG-RJ) é de que ele beneficie até 100 mi­­lhões de brasileiros.

A Superintendência de Seguros Privados (Susep), ligada ao Minis­­tério da Fazenda, será a responsável por estabelecer os critérios de operação e venda dos microsseguros. Nenhum porta-voz do órgão está falando sobre o assunto por este ser um ano de eleições – o que deve atrasar a tramitação do projeto. No começo do ano, no entanto, a coordenadora do grupo de trabalho sobre o as­­sunto na Susep, Regina Simões, disse à imprensa que a regulamentação deve ser concluída ainda este ano.

A coordenadora disse ainda que o microsseguro poderá funcionar como um complemento ao microcrédito – com um seguro que garanta o pagamento em caso de perda de renda de quem fez a dívida – e também deverá alongar prazos de financiamento para pequenos empreendedores ao reduzir o risco de inadimplência.

A Susep ainda estuda, por exemplo, qual será o teto do prêmio (valor pago por quem contrata o seguro) em caso de sinistro (ocasião em que o seguro é usado). "A regulamentação do microsseguro é bom para as seguradoras e para a população, mas precisa ser muito bem estudada", diz o presidente da seguradora Previsul, Ernesto Pe­­droso. Ele diz que as próprias seguradoras ainda precisam se preparar para trabalhar com microsseguros – de baixo custo, baixa ren­tabilidade, mas de grande abrangência. "Há um fórum de debate muito amplo. A entrada do microsseguro abre um grande mercado, mas é preciso adequar os custos operacionais, fiscais e administrativos", argumenta.

O diretor superintendente da Bergus Corretora, Vladmir Martins Sipoli, acredita que a população de baixa renda terá grande interesse em seguros de várias modalidades, mas o desafio será criar os canais de distribuição para esse público e fazer um pesado trabalho de divulgação. "A percepção hoje ainda é a de que seguro é algo caro, mas não tenho dúvida de que os mais pobres terão condições de incluí-lo no orçamento se tiverem noção da importância do seguro, já que estamos falando de valores até menores que R$ 5 por mês", afirma.

Já de olho na regulamentação dos microsseguros, o Bradesco lançou recentemente um projeto-piloto e passou a oferecer seguros a clientes de duas grandes favelas cariocas e paulistanas. Há quem pague uma mensalidade de R$ 3,50, por exemplo, por um seguro de vida com prêmio de R$ 20 mil. Em uma apresentação na CGV, o presidente da Bradesco Seguro e Previdência, Eugênio Velasques, disse que a meta é comercializar cerca de 5 milhões de apólices até 2011 em favelas de todo o país.

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