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Itabira (MG) - O mecânico Fernando Luís da Silva, de 28 anos, anda feliz da vida. Depois de passar mais de um ano desempregado, vivendo de bicos, recuperou seu emprego na Sales Gama, empresa que presta serviços para a mineradora Vale. Seus quatro irmãos, todos casados, também voltaram ao trabalho. Em 2008, o Natal não ha­­via sido feliz para a família do mecânico. Ele e os quatro ir­­mãos foram demitidos na crise que atingiu em cheio a mi­­neração e provocou demissões em massa em Itabira (MG), berço da Vale.

O emprego em Itabira ainda está longe de atingir os níveis pré-crise. E a prefeitura informa que o impacto na arrecadação ainda afetará o exercício de 2010. Mas a retomada das contratações no último trimestre de 2009 já conseguiu desfazer o clima de insegurança na cidade. "O susto passou", resume Marcos Vinicius Linhares, diretor comercial e sócio da Sales Gama, uma das mais afetadas pelo cancelamento de contratos com a Vale. O número de empregados, que já chegou perto de 1,2 mil, caiu para 322 no pior ponto da crise.

A Sales Gama ainda está longe de atingir o número de empregados de antes da crise. Mas, por lá, o clima é de euforia. Só na semana passada, 50 pessoas foram contratadas. O número de funcionários já está perto de 600. A empresa – que atua com locação de máquinas, manutenção e limpeza industrial – tem dado preferência aos ex-funcionários.

Na MMP e na Polikini, que depois da Sales Gama são as maiores prestadoras de serviço da Vale em Itabira, o cenário é o mesmo. Hoje, a MMP emprega cerca de 300 pessoas. No fim de 2008, apenas 100 haviam sido mantidas. "Estamos num ciclo de recuperação da economia de Itabira, mas só poderemos pensar em recuperação total para 2011", analisa o se­­cretário de Desenvolvimento Econômico, Raymundo Nona­to Moreira. Para este ano, informa, a ordem na administração municipal ainda é enxugar despesas.

O Instituto de Desenvolvi­mento Gerencial (INDG), o mesmo que prestou consultoria para o governador Aécio Neves para saneamento das contas estaduais, foi contratado pela prefeitura para identificar onde ainda é possível cortar. Segundo o secretário, embora a produção mineral tenha voltado a crescer, os preços do minério de ferro ainda estão baixos. Só depois que subirem e a produção crescer mais será possível ver reflexos positivos no caixa do município e voltar a pensar em investimentos públicos.

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