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Fraude no INSS

Ministro da AGU culpa governo Bolsonaro por “engenharia criminosa” de fraudes no INSS

Jorge Messias
Jorge Messias afirma que governo Bolsonaro pode ter tido respobnsabilidade por crescimento de fraudes no INSS. (Foto: reprodução/Canal Gov)

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O ministro Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União (AGU), atacou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta quinta (8) afirmando que a fraude bilionária descoberta no INSS pode ter sido orquestrada através de uma “engenharia criminosa” durante a gestão passada.

O ataque – que se estendeu a parlamentares apoiadores do ex-presidente – foi feito durante uma entrevista coletiva no final da manhã que apresentou o plano de ressarcimento dos aposentados e pensionistas vítimas dos descontos associativos irregulares que podem passar de R$ 6 bilhões.

“Está muito claro que uma tecnologia criminosa, um modelo, uma engenharia criminosa, foi montada pelo governo anterior. Nós conseguimos desbaratar esta fraude, não foi fácil”, disse Messias.

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Ainda segundo o ministro, o INSS estava em uma “situação lamentável” ao fim do governo Bolsonaro, “uma autarquia previdenciária desmontada, sem servidores públicos, sem sistema”.

Messias pontuou que a estatal Dataprev, que faz o gerenciamento de dados do INSS, também foi desmontada para ser privatizada pelo governo Bolsonaro, e que isso explica a fragilidade do sistema, susceptível constantemente de vazamentos, e que o governo Lula está recuperando-a.

“Essa empresa foi desmontada para ser vendida pelo governo anterior. Assim que o presidente Lula assumiu, ele retirou a empresa da lista de privatização, porque era fundamental que tivéssemos uma empresa pública que zelasse pela qualidade e pela garantia dos dados”, completou.

O ministro da AGU estendeu os ataques à bancada da oposição na Câmara – entre eles ao deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), sem citá-lo nominalmente, mas por um vídeo gravado criticando o governo Lula pela fraude – afirmando que deveria questionar Bolsonaro pelo suposto desmonte da Dataprev para privatizá-la.

“Fez o vídeo com o objetivo de lacrar e causar terror e pânico na população, é importante que ele questione ao presidente que ele apoia e apoiou porque colocou a empresa pública que dá suporte à produção e a guarda desses bens [dados de beneficiários] pra vender, e desmontou essa empresa”, disparou estendendo a sugestão de questionamento também ao ex-ministro da Previdência de Bolsonaro por não ter adotado as providências para iniciar uma investigação quando surgiram os primeiros indícios de irregularidades.

Jorge Messias também citou a flexibilização aprovada pelo Congresso durante o governo Bolsonaro para a revalidação das entidades prestadoras de descontos mesmo em meio aos primeiros indícios de fraudes.

"Porque o presidente anterior sancionou, eu quero agora que ele venha a público e se explique. Por que os apoiadores deste governo não vêm a público e se expliquem"? Nós queremos explicar", questionou.

De acordo com ele, pelo menos 12 associações são alvos da investigação neste momento e são alvos de ações para o bloqueio de bens – avaliados neste momento em R$ 2,5 bilhões para o ressarcimento às vítimas das fraudes –. Os dirigentes também são alvos das ações, com a quebra dos sigilos bancário e fiscal, bloqueio de operações com cartões de crédito e apreensão de passaportes.

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