O ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Soliz Rada, renunciou nesta sexta-feira ao cargo de forma irrevogável, segundo carta enviada ao presidente Evo Morales, na qual teria alegado razões pessoais.
O ministro coordenava o projeto boliviano de nacionalização dos hidrocarbonetos e era um dos maiores críticos da atuação da Petrobras no país. Advogado de formação e ex-membro do Congresso, Soliz Rada sempre foi um defensor intransigente dos recursos naturais bolivianos.
De acordo com informações de especialistas do setor, a decisão do presidente Evo Morales, nesta quinta-feira, de congelar a resolução que transferia para a estatal YPFB o monopólio da venda e da exportação dos combustíveis produzidos pelas refinarias estrangeiras, teria representado uma espécie de desautorização a Andrés Soliz, que assinara a resolução.
O recuo do governo de Morales se deveu a críticas enfáticas manifestadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva , e da Petrobras, Sérgio Gabrielli, que consideraram a medida prejudicial aos investimentos do Brasil na Bolívia.
A demissão acontece uma semana depois que outros dois importantes funcionários do governo de Evo Morales, também deixaram os cargos, sendo um do Ministério dos Hidrocarbonetos e outro da Reforma Agrária.
Os dois foram o advogado Santiago Berríos, superintendente dos Hidrocarbonetos, e o coronel Fernando Salazar, diretor do Instituto Nacional de Reforma Agrária. Eles alegaram falta de apoio do Executivo.
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