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O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em janeiro pelo governo federal, contempla a Região Sul do país com menos da metade dos investimentos em infra-estrutura logística necessários, de acordo com estudo do Fórum Industrial Sul, entregue ontem em Curitiba aos ministros da Fazenda, Guido Mantega, do Planejamento, Paulo Bernardo, e das Relações Institucionais, Tarso Genro. Apesar dos números apresentados pelos empresários, o governo não deve alterar o PAC em benefício da região. Segundo Paulo Bernardo, as obras consideradas mais importantes já estão asseguradas.

Sem contar ampliações nos aeroportos de Curitiba, Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS), o pacotão de obras do governo representa investimentos da ordem de R$ 3,9 bilhões, basicamente em reforma e modernização de estradas, ferrovias e portos. Mas segundo as federações industriais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul precisariam, juntos, de R$ 9,4 bilhões em investimentos.

Os três ministros participaram do 1.º Fórum Regional Sul do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), composto por representantes do governo, do empresariado e da sociedade civil. Durante a reunião, no Cietep, o tom de desalento dos industriais foi dado por Alcântaro Corrêa, presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). "Ficamos decepcionados. O Sul já mostrou que é competente, é o segundo no ranking nacional da arrecadação, mas vamos acabar precisando de uma Sudam ou Sudene por aqui", disse, em referência às superintendências criadas para fomentar o desenvolvimento das regiões Norte e Nordeste. "É frustrante ver R$ 3,9 bilhões quando precisamos de R$ 9,4 bilhões."

A crítica foi feita após a explanação dos ministros sobre o PAC, mas não teve ressonância. "É evidente que vamos ouvir ‘falta isso e falta aquilo’. Mas não temos a pretensão de resolver tudo", afirmou o ministro Paulo Bernardo. "Não podemos mudar. Se colocar uma nova obra, tem que tirar outra." Ele disse que, embora ainda não tivesse visto o documento que acabara de receber, acreditava que a reivindicação das federações incluía "todo o tipo de obra".

O presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, aproveitou a oportunidade para criticar a política cambial e questionar se o governo pretende estimular a diversificação da indústria nacional. "Temos que ter uma estratégia para uma economia industrial diversificada, mas para isso é fundamental rever a política cambial", afirmou.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo "aposta numa estrutura industrial diversificada, que produz maior valor agregado e é mais competitiva internacionalmente". Mas o câmbio, acrescentou, "não é uma coisa fácil de equacionar. E no regime de câmbio rígido do passado a indústria sofria do mesmo jeito", declarou.

Segundo ele, um "certo nível" de valorização da moeda nacional frente ao dólar é inevitável, por conta da economia mais sólida que atrai mais investimentos estrangeiros e do superávit na balança comercial, que acarretam entrada maior de dólares no país. Mantega destacou que o câmbio valorizado é "talvez o maior problema da área econômica" do governo. Mas disse que a equipe econômica não usará de "artificialismos" para controlá-lo. "O que não podemos deixar é que haja exagero."

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