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Vistoria - Técnicos criticam falhas

O controle brasileiro sobre o transporte de animais de uma propriedade para outra enfrenta críticas da missão técnica européia que percorre o Brasil até dia 19, segundo fonte do Ministério da Agricultura ouvida pela Agência Estado. Na avaliação dos veterinários europeus, a certificação por propriedade, e não mais por animal, será insuficiente para garantir a rastreabilidade. As falhas foram identificadas após vistorias realizadas em São Paulo. As mudanças necessárias ainda não foram apontadas. A visita confere denúncias feitas contra o Brasil pela Irlanda, concorrente no fornecimento de carne bovina ao mercado europeu. Os irlandeses alegam que a rastreabilidade brasileira não funciona. O relatório oficial da missão técnica deve ficar pronto em janeiro. (JR)

Campanha - Última semana de vacinação

A campanha de vacinação contra a febre aftosa entrou ontem em sua última semana. O governo do Paraná prevê que sejam imunizados mais de 98% dos cerca de 10 milhões de bovinos e bubalinos. Sil-mar Bürer, da Secretaria Esta-dual da Agricultura (Seab), disse que a mobilização vem ocorrendo normalmente. "Não tenho conhecimento de nenhum problema de distribuição de vacina. Devemos atingir nossa meta." A Federação da Agricultura, os sindicatos rurais e as cooperativas agropecuárias ajudam na divulgação da campanha. Para essas organizações, os criadores devem vacinar o gado para que a crise deflagrada em 2005 pela doença não se repita. Depois de encerrado o prazo de imunização, haverá dez dias para comprovação da vacina nas unidades veterinárias da Seab. (JR)

A missão técnica da União Européia (UE) que percorre o Brasil desde o dia 5 para verificar as condições sanitárias de produção de carne bovina cancelou ontem sua passagem pelo Paraná. O roteiro que os veterinários seguiriam foi mantido sob sigilo e suspenso na última hora, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os especialistas estavam em Mato Grosso do Sul desde domingo e decidiram se dividir e seguir para estados como Minas Gerais e Goiás.

A suspensão foi interpretada como um sinal de que a UE não pretende voltar a importar carne bovina do Paraná imediatamente. "Não haverá retomada das nossas exportações logo após a passagem da missão técnica pelo Paraná", disse o analista do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Paraná (Sindicarne), Gustavo Fanaya. A expectativa era que os técnicos viessem ao estado e passassem a confiar no tratamento sanitário e no controle sobre o transporte. Depois de cancelada a viagem, foi revelado que eles visitariam um frigorífico de Paiçandu, na região Maringá.

O Paraná produz cerca de 20 mil toneladas de carne bovina ao mês e menos de 5% são exportados, por causa das restrições enfrentadas desde a ocorrência de aftosa na região em 2005. A Rússia e a União Européia eram os principais clientes dos criadores paranaenses de bovinos até então. Três frigoríficos esperam a retomada das vendas à Europa – Margen (Paranavaí), Mercosul (Paiçandu) e Friboi (Maringá) –, mas a estrutura deve continuar sendo subaproveitada.

Inspeção

Uma nota enviada ontem pelo Mapa a sua Superintendência de Curitiba mostra que, antes da retomada das exportações, os frigoríficos terão de passar por inspeção do Departamento de Origem Animal, órgão do próprio ministério. O texto alertava que todos os matadouros e frigoríficos dos estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo perderam habilitação para remeter carne à Europa.

Segundo a assessoria de imprensa do Mapa em Brasília, a nota foi emitida a pedido da missão técnica européia. Para o ministério, não houve retrocesso nos trâmites necessários à retomada das exportações, uma vez que a região vem enfrentando bloqueios desde 2005. O processo de habilitação terá de ser recomeçado, disse o chefe do Serviço de Inspeção dos Produtos Agropecuários do Mapa no Paraná, Juarez Deconto.

Enquanto isso, a UE deverá continuar comprando carne dos estados de Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. O Brasil fornece entre 70% e 80% da carne que os 27 países do bloco importam, segundo levantamento do Sindicarne.

Considerando o todo das exportações de carne bovina do Brasil, a UE é o destino de 19% dos embarques e rende 33% do faturamento. Foram arrecadados US$ 1,13 bilhão entre janeiro e outubro deste ano pelos estados exportadores, que enviaram 263,64 mil toneladas do produto à região, informa a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

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