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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse em entrevista ao jornal "Financial Times" que o modelo brasileiro do seguro-desemprego está "completamente ultrapassado".

Em Davos, na Suíça, para o Fórum Econômico Mundial, Levy disse que o país está em um período de austeridade e reformas, incluindo as mudanças no pagamento de benefícios sociais, anunciadas em dezembro.

O governo espera que as novas regras, mais rígidas, gerem uma economia de R$ 18 bilhões neste ano. Incluídas em medidas provisórias, que ainda precisam ser aprovadas pelo Congresso, elas afetam o acesso ao seguro-desemprego, pensão por morte, auxílio-doença e abono salarial.

Ao jornal, o ministro disse que, para colocar as finanças do governo em ordem, será necessário "fazer cortes em várias áreas". Levy afirmou que sua intenção é "se livrar dos subsídios e corrigir os preços", destacando o setor de energia como alvo potencial.

Crescimento

O ministro reconheceu que a política de austeridade pode ter um impacto no desempenho da economia, afirmando que "o crescimento nulo não pode ser descartado como uma possibilidade, apesar do crescimento do PIB no Brasil ser resiliente".

De acordo com o "Financial Times", ele argumentou que o país precisa mais de reformas de oferta do que de estímulos à demanda. Além disso, Levy se disse confiante de que "quando colocarmos a casa em ordem, a reação será positiva".

Ao reafirmar que, apesar dos ajustes, o Bolsa Família não será cortado, Levy ressaltou que "as demostrações de 2013 foram no sentindo de um governo melhor, não de um governo maior".

"A maioria das pessoas no Brasil está preparada para pagar por serviços."

Tendências internacionais

Sobre o cenário mundial, Joaquim Levy disse acreditar que suas reformas estão em linha com tendências internacionais, principalmente com as políticas de controle destinadas à estimular a economia nos Estados Unidos e na China.

"O mundo está mudando e é hora do Brasil mudar", afirmou, acrescentando que "políticas anticíclicas têm seus limites, especialmente quando você vê as duas maiores economias do mundo também alterando sua postura."

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