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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Empecilhos - Clima preocupa mais que preços

Passada a fase de baixos preços das commodities agrícolas, que prejudicou a cadeia do agronegócio entre 2005 e 2006, o que mais preocupa as empresas do setor é o comportamento do clima. "Nos próximos dois ou três anos, não há qualquer indício de que haverá queda na rentabilidade da agricultura. A demanda mundial continuará alta, e os preços dos produtos também. A água e o clima, esses sim, serão as variáveis mais complicadas para o setor", disse o vice-presidente comercial da New Holland, Francesco Pallaro, em entrevista coletiva concedida no último sábado.

O executivo garantiu que o baixo patamar do dólar, que nos últimos tempos reduziu a rentabilidade do agronegócio e limitou as exportações da própria New Holland, não vai ser empecilho para investimentos da empresa no Brasil.

"Hoje é mais barato importar que produzir aqui, e as multinacionais preferem atender à demanda global com a produção de outros países", lembrou Pallaro. "Mas o câmbio não pode ser um elemento a considerar em nossas decisões estratégicas. É aqui [no Brasil] que o mercado cresce, é aqui que a agricultura é mais forte, então é aqui que temos de produzir."

Neste ano, as vendas externas de tratores da New Holland têm ligeiro avanço de 3%, enquanto os embarques de colheitadeiras estão em alta de 33% – mas sobre a fraca base de 2006. (FJ)

O momento positivo do mercado automotivo está fazendo a indústria do Paraná se destacar na geração de empregos. Em agosto, o emprego industrial no estado teve incremento de 4,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionado por um aumento de 29,7% no pessoal ocupado com a fabricação de meios de transporte. Foi a melhor média dos 14 locais avaliados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em todo o país, o setor industrial criou 2,2% mais empregos em agosto deste ano do que em 2006.

De janeiro a agosto, o emprego industrial no Paraná cresceu 2,35% se comparado a 2006. Só São Paulo teve um resultado melhor: 2,58%. A média nacional no acumulado do ano foi de 1,6% de aumento no contingente de trabalhadores. "O setor de alimentos e bebidas, na média nacional, tem um destaque maior, porque emprega mais. Mas, nos estados onde há presença de montadoras, a geração de empregos na indústria automotiva tem se destacado, respondendo ao aumento de produção gerado pela melhoria nas condições de financiamento e do próprio mercado de trabalho", diz a coordenadora de pesquisa de indústria do IBGE, Isabella Nunes.

Automóveis

O crescimento do emprego na fabricação de meios de transporte no Paraná segue a expansão de vendas de automóveis no país. Segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas internas até agosto somam 1,53 milhão de unidades, uma alta de 27,3% em relação a igual período de 2006. A produção acumula avanço de 9,1%, com 1,93 milhão de unidades. No Paraná, no acumulado do ano, a geração de emprego na indústria automotiva foi de 23,6%. "A produção de caminhões, ônibus e equipamentos agrícolas também gerou empregos, mas o destaque foi para fabricação de automóveis. Este ano, quem mais gerou vagas foi a Renault", comenta o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Nelson Silva de Souza.

O lançamento do modelo Logan e a preparação do Sandero, um novo modelo que será montado no Brasil, está movimentando o quadro funcional da Renault em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. A montadora francesa não informa quantas foram as vagas geradas este ano, mas até abril, época de lançamento do Logan, o número de trabalhadores já havia passado de 2.800 para 3.650. Na planta da Volks, só não houve mais contratações este ano porque a produção está em capacidade máxima desde maio do ano passado, com 3,6 mil trabalhadores produzindo 810 carros por dia.

As oportunidades de emprego têm gerado uma melhora nas condições de trabalho e salariais dos metalúrgicos, segundo o Smc. "Como o momento é positivo para o setor, também conseguimos negociar melhores reajustes e cláusulas sociais para os trabalhadores das montadoras e do segmento de autopeças. Este ano tivemos um aumento real de 2,5%", informa o vice-presidente da entidade.

Guilherme Machado foi um dos que se beneficiou da expansão do setor. Funcionário de uma empresa de autopeças há cinco anos, ele trocou de emprego há dois meses. "Dentro da empresa em que eu trabalhava já estava havendo um aumento de produção e contratação, por isso fiquei atento ao mercado. Quando fiquei sabendo que a Volvo estava abrindo vagas, resolvi me candidatar", conta. O aumento salarial não foi tão grande quanto a possibilidade de crescer na empresa e de se aperfeiçoar. "Estou ganhando praticamente o mesmo, mas sem ter de fazer horas extras e com mais benefícios por parte da empresa. Além disso, dentro de alguns meses vou fazer um curso para me especializar", diz.

Além da fabricação de meios de transporte, outros setores que contribuíram para o aumento da taxa de emprego no Paraná em agosto foram produtos químicos (16,03%), minerais não-metálicos (14,4%) e máquinas e equipamentos (11,25%). Já os que tiveram peso negativo foram a indústria madeireira, que teve redução de 8,15% no número de trabalhadores empregados, os fabricantes de produtos de metal (-5,52%) e a indústria têxtil (-4,13%).

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