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Pátio de veículos no Porto de Paranaguá: dólar barato eleva importações e dificulta exportações | Valterci Santos/Gazeta do Povo
Pátio de veículos no Porto de Paranaguá: dólar barato eleva importações e dificulta exportações| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo
  • Veja como está a produção de veículos em 2010

A produção das montadoras deve ser a maior da história em 2010 – os números do período janeiro-outubro, divulgados ontem, são recordes –, mas as companhias do setor já se articulam para pedir auxílio ao governo federal. O problema está na desvalorização do dólar, que, segundo a Associação Nacional dos Fa­­bri­­cantes de Veículos Automoto­­res (Anfavea), exige uma política de incentivo às exportações, tal qual o estímulo dado pelo governo federal para a recuperação do mercado interno, durante o agravamento da crise econômica mundial.

"Nós entendemos que os manufaturados, que agregam valor, trabalho, são aqueles que devem ter o estímulo. Talvez o Brasil deva pensar uma política para a exportação, assim como houve quando caiu o mercado interno, lá atrás, no final de 2008, e o governo prontamente agiu", afirmou Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, referindo-se principalmente a redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), linhas de crédito para incentivar os bancos a emprestarem para os consumidores e flexibilização no depósito compulsório. Sobre o novo governo eleito, o executivo disse que "sem dúvida nenhuma, há uma série de fatores que provavelmente serão discutidos".

As exportações cresceram 74,8% no acumulado de janeiro a outubro ante igual período em 2009, atingindo 649,3 mil veículos. Em quantidade, as vendas externas já alcançaram 2008, mas o nível ainda está abaixo em valor devido à maior participação de unidades desmontadas, que têm menor valor agregado. Conside­­rando apenas outubro, as exportações (78.072 unidades) chegaram ao maior montante mensal desde outubro de 2007.

Questionado sobre a cotação ideal para o dólar em relação ao real, Belini afirmou que "não existe esse número": "Cada montadora tem o seu, mas esse que está aí não é o desejável". Para exemplificar porque "acendeu o sinal amarelo", o presidente da Anfavea ressaltou que as exportações de veículos montados representavam 30,7% da produção em 2005, número que caiu para 17,5% neste ano. "O Brasil perdeu competitividade."

Recordes

A Anfavea divulgou ontem que a produção de veículos no país cresceu 15,3% no acumulado dos dez primeiros meses do ano na comparação com o mesmo período em 2009, atingindo 3,043 milhões de unidades e batendo mais um recorde. Até então, a maior marca para o intervalo janeiro-outubro (2,922 milhões) havia sido contabilizada em 2008.

No mês passado foram produzidos 321.814 automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões, o melhor resultado para o mês, com alta de 5,5% ante setembro e aumento de 1,5% no confronto com o mesmo mês em 2009.

O número de empregados nas montadoras somou ao final do mês passado 116.673 trabalhadores, superando o patamar contabilizado em setembro (115.577). Levando em conta também os funcionários em fabricantes de máquinas agrícolas, a indústria empregava 135.253 pessoas, também acima dos 134.026 registrados no mês anterior.

As vendas de veículos novos no país apresentaram expansão de 8% no acumulado dos dez primeiros meses deste ano, no confronto com o mesmo intervalo em 2009, batendo o recorde para o período com o emplacamento de 2,805 milhões de unidades.

Em outubro, 303,2 mil automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões foram licenciados, atingindo também um novo patamar para o mês, mesmo com a redução de 1,3% ante setembro. No comparativo com igual período no ano passado, houve acréscimo de 3%.

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