Representantes de cinco montadoras que operam no Brasil além da diretoria da Anfavea, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, se reúnem como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a equipe do ministério nesta quarta (22) para discutir soluções que melhorem a concessão de crédito no país e o sistema tributário que incide sobre a venda de veículos.
A reunião, marcada para às 11h no Ministério da Fazenda, ocorre dias depois de grandes montadoras anunciarem a paralisação de suas produções por conta de inconsistências no fornecimento de componentes e da demanda do mercado nacional.
No começo deste mês, a Anfavea divulgou uma carta com os resultados de produção e vendas em fevereiro, com uma queda de 2,9% na quantidade de veículos automotores produzidos e de 1,8% nos licenciamentos, na comparação com o mesmo mês do ano passado (veja na íntegra).
“Apesar de estar alinhado como as nossas projeções de volumes para 2023, o desempenho do primeiro bimestre, limitado pelas condições de crédito e oferta de suprimentos, reforça a necessidade de promover o reaquecimento do mercado e as cadeias locais de produção”, resumiu Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.
Reforma tributária no radar das montadoras
O encontro no Ministério da Fazenda terá a participação, entre outros membros da pasta, de Bernard Appy, secretário extraordinário da Reforma Tributária, que deve ouvir das montadoras pedidos para que a reforma simplifique os tributos cobrados do setor.
Por parte do setor, participam representantes da Volkswagen, Mercedes-Benz, CNHi, Iveco e Stelantis (Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën). Também deve participar um representante da Ford, montadora que encerrou a produção no Brasil em janeiro de 2021.
No começo do ano, a Anfavea disse que mantinha conversas com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde a transição após as eleições, para voltar a aquecer a indústria de veículos. Segundo disse Lima Leite na época, eram debatidos itens como a reindustrialização e o fortalecimento da cadeia de suplementos; a melhoria na logística; a redução dos custos de produção, comercialização e tributário; a promoção às exportações e novos acordos comerciais bilaterais com a participação do setor para conter o avanço de países como o México e a China no fornecimento de veículos para o mundo.
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