Em meio a críticas ao intrincado sistema tributário brasileiro, à burocracia, infraestrutura precária e a outros fatores que desestimulam o investimento, o novo ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, disse ter sido escolhido pela presidente Dilma para fazer uma maior interlocução com o setor produtivo.
Em seu primeiro discurso como ministro oficializado, nesta segunda-feira (1º), Monteiro afirmou que o que mais preocupa no resultado da balança comercial brasileira, que periga terminar o ano em déficit, é a queda na exportação de produtos manufaturados, que foi de 10% este ano.
"A indústria tem papel central na agenda de crescimento do país. Não há como crescer mais sem que a indústria tenha dinamismo. Crescer pela indústria é sempre o melhor caminho", afirmou, destacando a relação da atividade industrial com criação de empregos de qualidade e desenvolvimento tecnológico.
Monteiro foi o quarto ministro escalado oficialmente para compor a equipe do segundo mandato de Dilma, e passa a despachar, desde já, ao lado do ainda ministro Mauro Borges.
Na semana passada, foram escalados Joaquim Levy para a Fazenda e Nelson Barbosa para o Planejamento, que, por ora, trabalham no Palácio do Planalto. Alexandre Tombini foi convidado a permanecer no comando do Banco Central.
Monteiro é senador pernambucano, pelo PTB. Foi presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de 2002 a 2010 e perdeu, neste ano, a disputa pelo governo do Estado de Pernambuco para Paulo Câmara (PSB).
Em seu discurso, reforçou que o desafio central de sua gestão será promover a competitividade, reduzir custos e elevar a produtividade da indústria brasileira.
Eixos
Monteiro destacou que irá buscar medidas que não demandem "muito esforço fiscal", mas que podem melhorar a competitividade da indústria brasileira, como desburocratização e aperfeiçoamento do ambiente regulatório e tributário.
"Acho que há espaço para fazer política industrial como aliança entre o setor produtivo e o governo para promover a competitividade."
Ele citou cinco eixos de atuação. O primeiro vai na direção de reformas para reduzir impacto fiscal, com desburocratização e simplificação dos processos para facilitar o comércio exterior.
Outro eixo se refere a uma "política de comércio exterior mais ativa", com ampliação dos acordos comerciais com parceiros estratégicos.
Investimento e renovação do parque fabril, com o apoio de bancos públicos, será outra prioridade.
Os outros dois eixos são um "arranjo institucional" que favoreça e estimule a inovação e um aperfeiçoamento do sistema de governança, no sentido de ampliar a competitividade.
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