O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse que as negociações com a Petrobras sobre as refinarias em território boliviano, nas quais a estatal brasileira investiu US$ 105 milhões, vêem sendo conduzidas com base no decreto de nacionalização dos hidrocarbonetos que, segundo ele, foi reconhecido pelo Brasil.

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Em entrevista à imprensa nesta sexta-feira em Havana, onde participa da reunião de cúpula do Movimento dos Países Não-Alinhados (MPNA), Morales frisou que a nacionalização "não prevê a expropriação e nem a expulsão de nenhuma (empresa) transnacional".

— Como dissemos, precisamos de sócios, não de patrões, nem de donos — disse Morales a jornalistas, logo depois de um encontro com o ministro de Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim.

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Um assessor da chancelaria brasileira informou que o encontro entre os dois havia sido "muito rápido e cordial", no qual Morales confirmou que a resolução que outorgava à estatal boliviana YPFB o controle da comercialização interna de combustíveis produzidos pelas refinarias da Petrobras estava congelada.

Sobre a eventual saída da Petrobras da Bolívia, sugerida por Amorim em outra entrevista, Morales disse que desconhecia essas declarações.

Morales insistiu quanto à soberania do Estado boliviano, indicando que quem tem de decidir sobre seus recursos naturais é a Bolívia.

— É o direito da autodeterminação dos povos — declarou.

— Esse processo de consolidação da nacionalização precisa de tempo (...) temos boas relações com o governo do Brasil, trata-se (apenas) de como facilitar os debates técnicos, jurídicos sobre a implementação da medida — acrescentou Morales.

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