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Transportadoras e caminhoneiros de Mato Grosso suspenderam ontem o transporte de grãos para os terminais de Alto Taquari e Alto Araguaia (MT), administrados pela América Latina Logística (ALL). O corredor é o principal canal para o escoamento da soja do Centro-Oeste rumo ao porto de Santos. A categoria reclama das precárias condições dos dois terminais, que recebem cerca de 600 caminhoneiros por dia, e do excessivo tempo de permanência para o descarregamento da carga. Por dia, a estrutura movimenta cerca de 25 mil toneladas entre soja, farelo de soja e milho.

Segundo o diretor da Federação dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado de Mato Grosso (Fettremat), Olmir Feo, a falta de pavimentação deixa os motoristas em meio à poeira durante a seca. "O ar fica irrespirável. E, dependendo da situação, um motorista tem de esperar até 24 horas para descarregar. No tempo de chuva, acaba a poeira, mas começam os atoleiros", aponta Feo.

A mobilização tem o apoio de sete entidades ligadas ao transporte de carga em Mato Grosso. A Associação dos Transportadores de Cargas do Mato Grosso (ATC) emitiu comunicado para que todas as empresas de transporte recusem frete para Alto Taquari e Alto Araguaia. Segundo a coordenação do movimento, os principais embarcadores (como Bunge, Amaggi e ADM) suspenderam a liberação da soja no interior de Mato Grosso.

Os motoristas afirmam que só suspendem o movimento mediante um compromisso formal da ALL junto ao Ministério Público do Trabalho, por meio do qual a companhia se comprometa a resolver os problemas dos dois terminais. Em nota, a ALL afirmou que investiu R$ 13 milhões para a melhoria das condições dos terminais e que já reduziu o tempo de espera dos motoristas para, em média, 5,6 horas.

Mesmo antes da greve, a categoria já tinha obtido uma vitória. A Federação dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário conseguiu na Justiça do Trabalho uma liminar que exige da ALL melhoria nas condições ambientais dos dois terminais. Pelo despacho do juiz Juarez Gomes Portela, a ALL também está proibida de barrar motoristas que protestam pelas péssimas condições dos terminais ou pelo tempo excessivo de espera.

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