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O Xoom funciona com a versão 3.0 do Android |
O Xoom funciona com a versão 3.0 do Android| Foto:

O Xoom, da Motorola, chegou ao mercado brasileiro com uma missão: ser a melhor opção ao iPad. Missão cumprida em parte – ele é a melhor alternativa sim, mas só para quem tem birra da Apple e quer um sistema mais aberto. Ele inaugura a versão 3.0 do Android, a Honeycomb, a primeira desenvolvida especialmente para tablets. A outra opção de tablet no país, o Samsung Galaxy Tab, roda a versão 2.2 do Android, Froyo, feita para celulares.

A diferença principal do Ho­­neycomb para o Froyo é que a navegação multitarefa é facilitada e os apps são otimizados. O You­­Tube, por exemplo, é bonito e funcional. O Gmail e o Gtalk também vão bem – o videochat do Gtalk funciona que é uma beleza na tela de 10,1 polegadas.

A Motorola mostrou o Xoom na Consumer Eletronics Show (CES) em Las Vegas, no início do ano, e ele chamou a atenção – nas de­­monstrações parecia que o Android estava finalmente pronto para o duelo com o iPad (então em sua primeira versão).

Só que, com o tablet nas mãos, a realidade é um pouco diferente. A primeira impressão é o peso: 730 gramas (o iPad pesa 680 g). O Honeycomb liga razoavelmente rápido e exibe um visual um pouco moderno demais, com uma fonte e um néon que beiram a cafonice. Mas isso é detalhe. O sistema para destravar a tela é simpático: é preciso deslizar os dedos por um cadeado dentro de um círculo.

A bateria foi uma boa surpresa. Ela dura o que promete a fabricante: cerca de 10 horas ligado, mesmo que ele esteja executando di­­versas tarefas simultâneas. Em standby, foram mais de dois dias sem recarga. A tela multitouch responde bem, mas não se iguala às da Apple. Ela falha e não é tão sensível assim.

Vantagem

Uma vantagem do Xoom sobre o iPad é o sistema operacional do Google, mais aberto. Transferir arquivos é simples e não exige softwares específicos: basta plugar o cabo USB. As saídas, aliás, são uma grande vantagem do Xoom: além de três USBs, ele tem uma HDMI – bastante útil em um equipamento que permite fazer vídeos em alta resolução (HD 720p).

O Xoom, aliás, poderia ser bom para assistir a vídeos. Mas não é. O YouTube funciona bem, mas o tablet não roda as extensões .AVI e .VOB (de DVDs). Além disso, os alto-falantes ficam na parte de trás do aparelho, o que obviamente compromete a qualidade do som para quem vê o tablet de frente.

A navegação, no Chrome, é facilitada pela rapidez do browser. O único porém é que muitos sites, como o Twitter, abrem a versão mobile – eles acham que a requisição do navegador vem de um telefone celular. Mas isso é questão de adaptação.

Adaptação, aliás, que precisa chegar aos apps. Uma das coisas mais legais do Xoom é que ele roda o gigantesco acervo de apps do Marketplace. E alguns ficam especialmente bacanas, como o Google Sky Map, que projeta um mapa do céu, e o Solo Lite, que simula uma guitarra. Games, de "Angry Birds" ao game de tiros "Gun Bros", também são favorecidos pela tela maior.

Mas o que atrapalha mesmo são as falhas do Honeycomb. O sistema operacional falha bastante –muito mais do que o tolerável. Em seis dias, não houve um em que não houvesse problema nos aplicativos. Acontece sempre e não há o que fazer: é preciso parar e reiniciar o APP.

O Xoom parecia um concorrente promissor. E tem vantagens consideráveis sobre o iPad –as saídas USB e HDMI e o suporte ao Flash. Só que, em poucos dias, fica claro que o Honey­comb ainda precisa melhorar muito. Enquanto isso não acontece, a Moto­­rola vendeu 250 mil unidades do Xoom neste primeiro trimestre. A Ap­­ple ven­­deu 300 mil iPads 2 só no primeiro fim de se­­mana de vendas.

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