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Surman, ativista e porta-voz da Fundação Mozilla: método de trabalho colaborativo exige especialidades e pessoas diferentes | Creative Commoners
Surman, ativista e porta-voz da Fundação Mozilla: método de trabalho colaborativo exige especialidades e pessoas diferentes| Foto: Creative Commoners

O que é

Bate forte o tambor

O nome Drumbeat quer dizer "batida de tambor" e remete ao conceito de círculo de tambores – costume comum a tribos de quase todos os cinco continentes. O círculo, diferentemente de outras formações, garante a integração de todos os participantes em condições idênticas, sem diferença de valor ou poder, sem hierarquias. O oposto do que acontece, por exemplo, no isolamento do vocalista à frente de uma banda de rock ou de um maestro diante dos naipes de uma orquestra.

O Drumbeat oferece o serviço de reunir pessoas em torno de objetivos em comum dentro de uma esfera tão ampla que inclui desde a criação de uma linguagem cinematográfica livre para a web até um modelo de universidade virtual para desenvolvedores. Apesar do site estar aberto para inscrições desde o início do mês, seu lançamento oficial foi na semana passada, primeiro no Rio de Janeiro, depois em São Paulo.

"A curto prazo, esses projetos vão fazer da web livre mais forte, mais divertida e mais fácil de entender", afirma Surman.

Em seu site pessoal, Mark Surman se descreve como um "ativista da tecnologia comunitária há quase 20 anos". É uma definição precisa: até virar diretor-executivo da Fun­­dação Mozilla, Surman teve um fanzine nos anos 80, envolveu-se com projetos de vídeo comunitário nos anos 90 e trabalhou com diversas ONGs por todo o período.

Surman, que está no Brasil para lançar o projeto Drumbeat, foi escalado pela Mozilla há pouco mais de um ano para dar rosto e voz aos ideais da Fundação. "A maior parte do meu trabalho tem sido contar a história da comunidade Mozilla na criação de uma in­­­ternet melhor e mais rápida. Es­­sa é a nossa missão", explica o executivo. "O Firefox e o Thunder­bird são as principais ferramentas que usamos para tornar a missão real, e temos nos saído bem. Mas a história é bem maior e, se quisermos garantir que a web continue participativa, transparente e livre, precisamos encontrar ma­­neiras para que todo mundo possa apoiar a causa da internet aberta."

A afirmação de Surman revela o fundamento do Drum­beat: enquanto o modelo do Firefox reúne desenvolvedores do mundo todo em torno de um único software, a rede social da Mozilla pretende fazer o mesmo com a internet em uma perspectiva mais ampla, cooptando profissionais dos mais diversos setores no caminho. "Queremos usar essa técnica para envolver artistas, advogados, professores, blogueiros e todo mundo que se importa com a internet."

Entre os exemplos de projeto citados pelo ativista estão a criação de cursos de currículo colaborativo para treinamento de desenvolvedores para a web aberta, uma plataforma para tradução colaborativa de vídeos online e até uma coleção de ícones para facilitar o entendimento das regras de privacidade online. "Esses exemplos exigem habilidades e pessoas diferentes das que ajudaram a desenvolver o Firefox, mas usam o mesmo método de trabalho colaborativo", reforça Surman. "O cineasta Brett Gaylor (que dirigiu o documentário Rip) desenvolveu um projeto de ‘cinema open source’ onde cineastas amadores podem enviar material para um repositório central de imagens que vão dar origem a um filme sobre a web."

A escolha do Brasil para o lançamento do Drumbeat não foi por acaso. Como filantropo da Fundação Shuttleworth na África do Sul e um dos líderes na criação do Telecentre.org (organização responsável pelo desenvolvimento e instalação de lan houses comunitárias em todo o planeta), Mark Surman entende a necessidade de encarar globalmente um projeto que lida com o processo evolutivo da internet.

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