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São Paulo (Folhapress) - O Ministério Público Federal ofereceu denúncia à Justiça contra Eliana Tranchesi, dona da butique de luxo Daslu, e mais seis pessoas. Elas são acusadas pelos crimes de formação de quadrilha, descaminho aéreo consumado (importação de produtos de maneira irregular), descaminho aéreo tentado e falsidade ideológica.

No caso de Eliana Tranchesi, a soma das penas mínimas dos crimes pelos quais ela é acusada chega a 21 anos de prisão. Ela é acusada de ser responsável por seis descaminhos consumados e três tentados, nove crimes de falsidade ideológica, além de formação de quadrilha. Os procuradores da República Matheus Baraldi Magnani e Jefferson Aparecido Dias, responsáveis pelas investigações, também denunciaram o irmão de Eliana, Antonio Carlos Piva Albuquerque, diretor-financeiro da Daslu. Ele está sujeito a pena de 21 anos.

Ao definir o esquema montado pelo maior centro de compras de luxo do país, Dias o comparou ao de uma organização criminosa. "Trata-se de uma organização criminosa pela hierarquia e pela divisão de tarefas que existia", afirmou. Segundo os procuradores, o esquema de sonegação fiscal começou em 2000 e ocorria com a participação de importadoras que substituíam as notas fiscais verdadeiras de fornecedores estrangeiros por outras falsas e se encarregavam de desembaraçar a mercadoria.

Assim, um vaso fino asiático que custava à Daslu cerca de US$ 76 na mão de fornecedores, era declarado ao governo brasileiro por apenas US$ 0,68. Um par de sapatos Gucci que era comprado por Tranchesi por US$ 80 a US$ 100 no atacado, e que é vendido no mínimo a R$ 2.000 no Brasil, constava para as autoridades como se tivesse custado apenas US$ 4.

Os procuradores disseram ter apreendido uma carta de Celso de Lima dirigida a Piva de Albuquerque em que havia uma planilha de proposta de subfaturamento.

A empresária Eliana Tranchesi participava do esquema, segundo eles, ao enviar aos fornecedores um pedido em inglês para que eles não mandassem as faturas verdadeiras dentro das cargas, o que dificultaria o esquema de alteração das notas. "Ela fazia compras diretas e mandava orientação expressa para que não enviassem notas", disse Dias.

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