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Blogueira

Publicitária fala sobre a compulsão

Um ano sem comprar, "ajudando as mulheres a viver com seus armários". Essa é a promessa da publicitária Joanna Moura, de 27 anos, e a frase de apresentação do blog criado por ela, há dois meses, na tentativa de equilibrar as contas superando a "compulsão" por roupas novas. "Sempre fui mão-aberta. Mas a situação saiu do controle e fiquei muito endividada. Chegava em casa escondendo as sacolas do meu namorado", diz Joanna.

A ideia foi fazer um diário narrando o desafio de resistir às tentações das vitrines. Mas, para surpresa de Joanna, a página "Um ano sem Zara" (www.umano semzara.blogspot.com) – que, segundo ela, não tem a intenção de focar a questão nessa loja de roupa – já teve mais de 670 mil visitas.

Desde que começou a postar suas experiências de ex-consumista – Joanna diz que teve dias de "crise de abstinência" –, a publicitária conseguiu sair do vermelho. "Sigo com a ideia firme de passar 365 dias sem comprar roupas e acessórios. Continuo lendo revistas de moda e indo ao shopping, mas, agora, para me inspirar a aproveitar o que já tenho."

Quando o assunto é inadimplência, as mulheres devem mais, principalmente no comércio. Mas suas prestações ficam abaixo de R$ 500. Acima desse valor, a maioria dos devedores é homem.

É o que mostra estudo do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), que, pela primeira vez, cruzou dados sobre valor das dívidas, e os segmentos em que foram feitas, com idade e sexo dos consumidores.

As mulheres são maioria entre os que estão com o "nome sujo" no cadastro do SPC: 55% do total. E representam mais de 60% dos inadimplentes do comércio. Mas, também de acordo com o levantamento, o descontrole delas para quitar os débitos diminui à medida que os valores aumentam. Na faixa de prestações acima de R$ 500, os que mais deixam de pagar são homens: 54%.

Foram considerados três setores principais, que, somados, representam 60% dos registros de inadimplência do SPC. São eles: serviços financeiros (que incluem financiamentos, empréstimos e até o crédito rotativo do cartão de crédito), serviços (como educação, telefonia e tevê a cabo) e, por fim, comércio.

As mulheres são a maioria dos devedores de todas as faixas etárias. No total, a parcela com idade entre 30 e 39 anos (de ambos os sexos) é a maior (28,5%). Nesse grupo, as consumidoras são 56%. "Como as mulheres, muitas vezes, ga­­nham menos que os homens, as dívidas maiores, como o financiamento da casa, acabam ficando em nome deles", diz Silvio Laban, professor do Insper.

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