Para não continuar perdendo fatia de mercado em um ambiente cada vez mais competitivo, as varejistas precisam prestar atenção a aspectos culturais e hábitos de consumo locais. "Isso é mais fácil de ser percebido por CEOs brasileiros", disse, na condição de anonimato, um consultor com trânsito entre as maiores redes varejistas do país.
Com as economias norte-americana e europeia indo mal, há uma pressão adicional das matrizes por bons resultados no Brasil. Em agosto, o executivo brasileiro Luiz Fazzio com passagens pelo Makro, Walmart, Pão de Açúcar e sete anos como diretor-geral da C&A no Brasil - assumiu de forma inédita o Carrefour.
Fazzio irá tocar um plano de ação para melhorar o desempenho dos hipermercados, que inclui a identificação de lojas com desempenho insatisfatório, a adoção de melhores práticas do grupo, transferência de lojas para a marca Atacadão, desenvolvimento de sinergias de aquisição e reforço da área de marketing & comercial. "O conhecimento dele (Fazzio) do mercado brasileiro foi vital para a escolha", diz um executivo do Carrefour.
Este ano, a empresa pretende abrir 56 lojas no país, sendo 12 do Atacadão, dois hipermercados, duas lojas de conveniência e 40 lojas de baixo custo.
Já no Walmart quem assumiu a presidência da operação da subsidiária brasileira este mês foi Marcos Samaha, executivo com 12 anos de casa, substituindo o cubano Hector Núñez, que passa a cuidar das operações da companhia no Sul dos Estados Unidos.
O principal desafio de Samaha será liderar o processo de integração das plataformas de TI, para melhorar a rentabilidade das operações. Isso acontece porque ao adquirir o Bompreço (em 2004, com 118 lojas), com atuação no Nordeste, e a rede Sonae, (em 2005, com 295 lojas), detentora da marca Mercadorama na região Sul, os sistemas, por exemplo, de compra e venda de mercadorias eram distintos. "Ainda temos sistemas diferentes", afirma um executivo do Walmart, acrescentando ser complicado um estrangeiro "conhecer a complexidade cultural, política e tributária do Brasil."
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