Argentina reduz repasse de gás para o Chile
O Chile transformou-se em vítima paralela da crise energética argentina, uma vez que o governo do presidente Néstor Kirchner optou por reduzir drasticamente o envio de gás para o outro lado da Cordilheira dos Andes. O objetivo é evitar a intensificação do racionamento para as indústrias na Argentina. Há meses, os chilenos não recebem os 22 milhões de metros cúbicos diários de gás que os contratos assinados nos anos 90 estipulam e que abastecem grande parte de suas indústrias e termelétricas.
Buenos Aires Para tentar amenizar os efeitos negativos da crise de energia na Argentina, as petrolíferas Petrobrás e Repsol YPF anunciaram que vão baixar os preços da gasolina. A partir de agora, em Buenos Aires, os proprietários de veículos a gás poderão abastecer com gasolina comum ou super pagando o mesmo preço que pagam pelo gás veicular. Atualmente, o preço médio pelo gás veicular é de 0,75 pesos (US$ 0,241 ou R$ 0,457), enquanto que a gasolina comum custa 1,69 pesos (US$ 0,548 ou R$ 1) e a super, 1,90 pesos (aproximadamente US$ 0,612 ou R$ 1,162).
A medida entrará em vigor "a partir desta quarta-feira e vai durar pelas próximas 48 ou 72 horas, segundo a evolução das condições climáticas", informou a Petrobrás em nota. A oferta valerá para cerca de 110 postos de serviços "que vendam gás e gasolina conjuntamente, e estará sujeita à disponibilidade de produto", esclarece a companhia. A espanhola Repsol YPF havia anunciado medida similar no final desta manhã, envolvendo 150 postos de serviço na mesma região que a Petrobrás.
Cerca de quatro mil carros em Buenos Aires são movidos a gás veicular. A maior parte são táxis ou os denominados "remises", que são carros que funcionam como táxis, mas sem taxímetro, nem cores ou placas que os identificam como tais.
As previsões do serviço de meteorologia indicam que as próximas 72 horas serão de baixíssimas temperaturas e, portanto, de uma alta demanda energética no país. Devido à escassez de gás e de eletricidade, o governo está cobrindo todas as brechas para evitar que haja cortes no fornecimento para as residências.
Com as eleições presidenciais de outubro chegando, o presidente Néstor Kirchner deu ordens para que o racionamento de energia não chegue à população. Quem paga a conta, por enquanto, é a indústria, que sofre restrições energéticas das 16 horas até a meia-noite, diariamente.
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