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A despeito do risco de default agravado pelo anúncio de inviabilidade comercial de quatro campos de petróleo -- inclusive o único em produção --, o discurso dentro da OGX é de vida nova, com foco em recentes descobertas na bacia de Campos e em blocos com elevado potencial exploratório adquiridos na 11ª Rodada de Licitações. Em reunião com um grupo de executivos da companhia de Eike Batista, o presidente-executivo da OGX, Luiz Carneiro, afirmou após o anúncio ao mercado sobre a inviabilidade comercial dos campos que a petrolífera virou uma página e começará uma nova etapa, disseram à Reuters nesta terça-feira duas fontes com conhecimento direto do assunto.

"Vamos olhar para frente e tirar a companhia deste sufoco", disse uma fonte que participou do encontro com o presidente-executivo, sob condição de anonimato. A expectativa dentro da OGX é que Eike Batista injetará dinheiro na empresa quando o caixa chegar ao limite de operações, segundo teriam dito executivos recentemente a analistas, disse a outra fonte, também pedindo anonimato.

Eike tem o compromisso de aportar até 1 bilhão de dólares na OGX, que tem uma opção contra o empresário a ser exercida até abril de 2014 ao preço de 6,30 reais por papel, se o Conselho da companhia julgar necessário. Para que a companhia consiga desenvolver os ativos mais promissores, a realização deste aporte pelo controlador é possível, disse a fonte, reiterando um posicionamento da empresa na segunda-feira.

Procurada, a empresa não comentou as informações sobre o discurso do presidente. A petroleira anunciou na segunda-feira o fracasso das operações em quatro campos de petróleo. Três deverão ser devolvidos e o que já produz, Tubarão Azul, não terá investimentos no aumento de produção, podendo parar de bombear petróleo no próximo ano.

Diante das notícias, a agência de classificação de risco Standard & Poor's cortou nesta terça-feira o rating de crédito da petroleira de "B-" para "CCC", num nível próximo ao de empresas em situação de default. A perspectiva para a nota é negativa.

Além disso, bancos reduziram o preço-alvo das ações para valores entre 0,10 e 0,30 real por papel.

Ainda em Campos

A orientação na OGX é começar a estudar dados dos blocos adquiridos na 11a Rodada de Licitações, manter as operações bem-sucedidas na bacia do Parnaíba e começar a desenvolver descobertas recentes na bacia de Campos.

O foco exploratório, segundo uma das fontes, estará em planos de avaliação recentes apresentados à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Entre as descobertas apresentadas à agência, Vesúvio, Viedma, Tulum e Itacoatiara, na bacia de Campos. Também foram notificados recentemente indícios de hidrocarbonetos na bacia de Santos, batizados de Belém, Natal e Curitiba.

A OGX venceu direitos de concessão de sete blocos exploratórios em águas profundas e dois blocos exploratórios em águas rasas localizados na Margem Equatorial, além de quatro blocos terrestres situados na bacia do Parnaíba durante a 11a Rodada.

Investimentos

A empresa está apostando no que ainda poderá lhe render bom retorno, mas precisará de recursos para colocar a estratégia em prática. Segundo uma fonte ligada ao grupo EBX, Eike deverá tentar salvar a empresa, livrando-se de ativos ruins e mantendo os bons, como os campos de gás na bacia do Parnaíba e um bloco na bacia de Santos.

A OGX Maranhão, braço da empresa para campos de gás na bacia do Parnaíba, vem aumentando expressivamente a produção, sendo capaz de suprir as térmicas da MPX, sócia em campos que já produzem e em outros que foram adquiridos na 11a rodada de licitações. A MPX é uma empresa mais sólida que as demais, tendo como sócio o grupo alemão de peso em energia E.ON..

Eike enfrenta uma crise de confiança sem precedentes, e corre para vender ativos de suas empresas, incluindo os de mineração da MMX, CCX e AUX, além da LLX, de logística. Mas OGX e a OSX, segundo uma das fontes, não estariam neste momento no pacote de venda, por estarem em situação difícil.

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