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Daqui a dez anos

NO BRASIL

Infraestrutura de transporte:70% da melhoria será "reativa", com atraso em relação à demanda.

Densidade veicular: Aumenta de 31% a 40% em relação a 2008, quando havia 150 veículos por grupo de mil habitantes.

Vendas de veículos: Aumentam 20%, principalmente pelo aumento da renda per capita (que subirá de 11% a 20%).

Exportações de veículos: Aumentam até 20%, principalmente por acordos de livre comércio.

NO PARANÁ

Participação do setor automotivo: Permanece em 3º no ranking industrial, atrás de alimentos e bebidas e refino de petróleo e álcool.

Custo de produção no polo: Fica estável em relação aos outros polos automotivos do país.

Mão de obra qualificada: Será insuficiente e haverá dificuldade de retenção de profissionais.

O mercado brasileiro de veículos novos deve crescer pelo menos 20% até 2020, com chances de superar a marca de 4 milhões de unidades vendidas por ano. O principal impulso virá do aumento da renda dos consumidores, que tende a subir entre 11% e 20% até lá. Entre as consequências desse movimento estão a queda da idade média da frota brasileira, de nove para sete anos, e o aumento da "densidade veicular" no Brasil – o número de automóveis para cada grupo de mil habitantes pode passar de 150 para 210. Abaladas nos últimos tempos, as exportações do setor automotivo devem crescer 20% em relação aos níveis de 2008, mais em razão de acordos comerciais com outros países do que de uma eventual desvalorização do câmbio.

Essas projeções – que constam de um estudo recém-publicado pelo Observatório de Desenvolvimento Industrial do Paraná (ODI/PR), área dedicada a estudos de futuro do Sistema Fiep – desenham um cenário bastante favorável para a indústria automotiva brasileira. Mas o mesmo trabalho mostra que o polo do Paraná terá de enfrentar uma série de desafios se quiser aumentar o seu papel na produção nacional. Cruciais nas decisões de investimento, os custos de produção na região metropolitana de Curitiba (RMC) dificilmente ficarão menores que os de outros polos automotivos. E é grande a possibilidade de que falte mão de obra qualificada na região, o que vai dificultar a retenção de bons profissionais.

Bancado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do governo federal, o estudo "Cená­rios da Indústria Automotiva: Região Metropolitana de Curitiba 2020" foi realizado ao longo de dois anos, em duas etapas. Num primeiro momento, empresários da cadeia automotiva local (montadoras, sistemistas e fabricantes de autopeças) constituiram um comitê estratégico, que auxiliou na identificação de variáveis-chave para a construção dos cenários e hipóteses mais prováveis. Em seguida, os resultados da primeira etapa foram "refinados" por 125 especialistas nacionais do setor.

Competitividade

O tópico "vantagens da RMC" é um dos mais controversos. A maioria dos empresários pensa que os custos vão crescer em relação a outros polos, o que tende a reduzir a competitividade do Paraná e afastar investidores. A opinião dos especialistas é mais otimista: 36% deles acreditam em redução nos custos locais e 38,4%, em estabilidade. Desta forma, o cenário de "estabilidade" foi eleito como mais provável – o que, no entanto, está longe de permitir uma acomodação do polo local, segundo a coordenadora técnica do ODI/PR e responsável técnica pelo estudo, Ariane Hinça Schneider.

Além de a mão de obra qualificada provavelmente ser insuficiente daqui a dez anos, a melhoria da infraestrutura de transporte do Brasil tende a ser "reativa", ou seja, atrasada em relação à demanda. O que pode gerar um gargalo para a indústria automotiva paranaense, já que boa parte dos fornecedores de autopeças se encontra fora da Grande Curitiba. Assim, diz Ariane, se a infraestrutura logística e de transporte não melhorar adequadamente, o setor automotivo da região terá dificuldades em crescer e em atrair novos projetos.

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