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Sede do Banco Central da Grécia: país europeu receberá linha de crédito, mas investidores ainda estão receosos | Aris Messinis/AFP
Sede do Banco Central da Grécia: país europeu receberá linha de crédito, mas investidores ainda estão receosos| Foto: Aris Messinis/AFP

Apesar de ter subido 0,35% ontem, a Bolsa de Valores de São Paulo terminou a semana acumulando perdas de 0,21%. No ano, entretanto, a elevação ainda é de 0,14%. A Bovespa acompanhou a Bolsa de Nova Iorque, que avançou 0,08%. Já a Nasdaq (bolsa em que se negocia papeis de empresas de tecnologia) recuou 0,1%.

Segundo especialistas, as incertezas no cenário internacional – especialmente no que diz respeito à situação da Grécia e de outros europeus que possuem alto déficit orçamentário, como Portugal, Irlanda e Espanha – é que têm deixado os investidores um tanto retraídos nos últimos dias. "Foi criada uma linha de crédito especial para a Grécia. Mas o país ainda precisa provar ao mercado que vai melhorar a sua situação fiscal", diz Kelly Trentin, analista-chefe da corretora Spinelli. "Então, ainda existe uma nuvem negra pairando no ar."

As notícias sobre a economia americana que saíram também contribuíram para que os investidores se mantivessem mais cautelosos. O Departamento de Co­­mércio dos Estados Unidos revisou para baixo o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre: em vez de um aumento de 5,9%, a alta no período ficou em 5,6%. Dessa forma, a contração do país no ano passado ficou em 2,4%.

Nas próximas semanas, a elevação dos juros pelo Banco Central brasileiro, dada como certa pelos economistas, é o principal assunto a mexer com os humores do mercado. "A magnitude desse aumento é a dúvida’’, afirma Trentin.

Os juros mais altos têm duas consequências negativas para as empresas, daí provocarem mau humor nos investidores. Pri­meiro, tornam o financiamento para investimentos e para fluxo de caixa mais caro. Depois, desestimulam o consumidor dos produtos, os quais também têm que pagar mais se quiserem adquirir um bem parcelado.

Dólar

No mercado futuro de juros, segmento da Bovespa que serve de referência para os juros bancários, as taxas projetadas ficaram mais altas ontem, indicando o crescimento das expectativas em torno da decisão do BC.

O dólar comercial tem ignorado esse fator. A moeda americana subiu pelo terceiro dia consecutivo ontem, atingindo o seu maior valor desde 12 de fevereiro: R$ 1,830. A alta registrada foi de 0,99%.

Geralmente, quando os juros sobem, o dólar recua porque se espera que entrem mais recursos estrangeiros no país em busca de altos rendimentos. Com mais oferta de moeda no mercado, as cotações caem. Por isso, na opinião dos analistas, esse movimento de elevação notado nesta semana é pontual, explicado em grande parte pelo aumento da aversão ao risco que problemas como o da Grécia provocam, e deve ser revertido conforme se aproxima a reunião do BC.

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