Mais de 3,3 mil empresas brasileiras já aderiram ao movimento "Não Demita", um compromisso de manter os quadros de pessoal por pelo menos dois meses, em meio à crise econômica provocada pelo coronavírus.
O movimento surgiu pouco depois de empresários conhecidos do público – como Luciano Hang, da Havan, e Junior Durski, do Madero – criticarem publicamente as medidas de isolamento, citando a possibilidade de desemprego em massa ou mesmo anunciando demissões.
O presidente do conselho da Ânima Educação, Daniel Castanho, lançou a ideia do "Não Demita" no fim de março, em conversas com outros empresários, e o site da campanha foi ao ar em 3 de abril. É nele que as companhias interessadas podem aderir.
Quarenta e uma empresas são apontadas como idealizadoras do manifesto, a maioria de grande porte. Elas empregam cerca de 1,1 milhão de pessoas, segundo estimativa do jornal "Valor Econômico".
"Esta é uma convocação de empresário para empresário. A primeira responsabilidade social de uma companhia é retribuir à sociedade o que ela proporciona a você – começando pelas pessoas que dedicam suas vidas, todo dia, ao sucesso do seu negócio. É por isso que nossa maior responsabilidade, agora, é manter nosso quadro de funcionários", diz o site da iniciativa.
A página do "Não Demita" afirma que a crise "tem data para acabar" e propõe aos empresários "juntos construir a travessia até o fim de maio". A convocação aponta que o custo de demitir um funcionário muitas vezes é maior que dois meses de salário.
"Se você já foi fortemente afetado pela crise ou está passando por dificuldades financeiras na sua empresa e realmente não tem caixa para evitar demissões, ainda assim, pare uns minutos e reflita", diz o texto. "Desligar gera um custo imediato, muitas vezes maior que dois meses de salários, e há linhas de crédito e outras soluções que estão sendo criadas todos os dias para ajudar as empresas a atravessar a tempestade."
O site afirma que o apelo é para que se evite as demissões em massa e, por isso, não envolve dispensas por justa causa ou mau desempenho ou mesmo relacionadas ao "turnover" (rotatividade) normal de cada empresa.
Até o início da tarde desta quinta-feira (16), 3.303 companhias haviam assinado o manifesto. Confira a relação:
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