O caminhoneiro Fábio Luís Roque, uma das lideranças do Comando Nacional do Transporte (CNT), reforçou nesta segunda-feira, 9, que o grupo não pretende estabelecer nenhum tipo de diálogo com o governo federal para levar reivindicações dos transportadores autônomos a Brasília. “Não queremos contato”, disse à Agência Estado.
O CNT está organizando a paralisação iniciada nesta segunda-feira em várias regiões do Brasil. Diferente de mobilizações anteriores da categoria, desta vez o objetivo principal do movimento é provocar a saída da presidente Dilma Rousseff. “A pauta dos caminhoneiros existe, mas não é negociada com este governo podre, que já sinalizou que não vai atender (aos pedidos da classe) e aumentou o óleo diesel duas vezes este ano”, falou. Tradicionalmente, os caminhoneiros defendem, entre outras coisas, o tabelamento dos preços do frete, a redução do valor do diesel e a melhoria das condições das estradas.
Roque é caminhoneiro da cidade de Santa Rosa, no noroeste do Rio Grande do Sul. Segundo ele, a paralisação é por tempo indeterminado e não tem volta. “Ou ela (Dilma) renuncia ou vai para o impeachment. Daí sim, quando o governo que está agora sair, vamos começar a tratar da nossa pauta”, afirmou.
A declaração de Roque coincide com o discurso da principal liderança do CNT, o caminhoneiro Ivar Schmidt, de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Em mensagens postadas no Facebook, ele deixa claro que a principal reivindicação deste protesto é a saída da presidente Dilma. “Os caminhoneiros acordaram e vão acordar o País também. Não estamos mais fazendo paralisação por nós, agora é pelo Brasil”, diz, em um dos vídeos disponíveis na página do movimento na rede social.
O CNT garante que não haverá interrupção no trânsito de ração animal, de cargas vivas (porcos, frangos e bois) e de leite a granel, bem como de remédios, oxigênio e alimentos para hospital.
- Greve dos caminhoneiros tem bloqueios no Paraná e outros estados
- Governo federal tenta estabelecer pauta com caminhoneiros
-
Desoneração da folha coloca Pacheco na encruzilhada entre apoiar ou enfrentar o governo
-
Bancada da segurança articula urgência para PL que autoriza estados a legislar sobre armas
-
Cubanos enfrentam penas brutais de até 15 anos de prisão por protestos contra crise no país
-
Eleições internas e ataque a medalhões explicam reação da OAB ao STF
Muita energia… na política: ministro ganha poder com agenda ao gosto de Lula
Bônus para juízes, proposto por Pacheco, amplia gasto recorde do Brasil com o Judiciário
Quais impostos subiram desde o início do governo Lula e o que mais vem por aí
Perguntas e respostas sobre a reforma tributária; ouça o podcast