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Loja de presentes em Curitiba: importados da China estão por todos os cantos | Hedeson Alves/Gazeta do Povo
Loja de presentes em Curitiba: importados da China estão por todos os cantos| Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo

Indústria reclama da competição

Para a indústria nacional, a entrada de importados representa o risco de perder mercado durante a retomada da economia.

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  • Veja como as importações de bens de consumo foram atingidas pela crise

O retorno da cotação do dólar para um valor abaixo de R$ 2 vai garantir um Natal com fartura de produtos importados no comércio. Importadores e varejistas estão reforçando os estoques, em especial com bebidas, frutas, produtos de decoração e pequenos presentes.

A importação de bens de consumo, aqueles que vão direto para as prateleiras, foi a menos afetada pela crise. No período de janeiro a setembro deste ano, entraram no país US$ 14,8 bilhões em mercadorias, 10% menos do que em 2008. No total, as importações brasileiras caíram 31% no mesmo período.

A fase de maior retração na importação de bens de consumo foi no começo do ano. A média mensal de entrada de produtos no país foi subindo aos poucos e chegou em setembro ao maior valor do ano, US$ 2,1 bilhões. A tendência é que, com a chegada das encomendas de Natal, as compras no exterior volte ao nível pré-crise.

"Em função do câmbio, estamos reforçando nossas importações em quase 40%", diz Edson Diegoli, diretor da Havan, rede varejista catarinense que tem lojas no Paraná. O executivo conta que aumentou as encomendas de tapetes, utensílios para a cozinha, confecções e de itens para decoração. Assim, os importados devem representar 20% dos produtos oferecidos pela Havan, contra 3% no ano passado.

A rede de supermercados Muffato mandou uma equipe em abril para fazer encomendas de Natal na China e na Índia. "Nesse caso, vamos pagar um pouco menos do que imaginávamos porque o dólar caiu", explica Renata Cortez, gerente de importação da rede. "Agora vamos aproveitar para comprar mais frutas do que havíamos planejado", completa. Ela conta que o câmbio mais baixo ajuda na escolha de itens com qualidade maior, como cerejas mais "gordinhas", ou que ficaram fora das prateleiras no ano passado, como pêssegos em calda.

A rede Pão de Açúcar planeja aumentar em 10% a oferta de produtos importados neste Natal. As encomendas de frutas ficaram 20% maiores e a empresa pretende dobrar a quantidade de itens da marca própria Casino trazidos da França. A estratégia da marca própria também vale para as bebidas. Nesse caso, o Pão de Açúcar trabalha com vinhos com o rótulo Club des Sommeliers, para os quais projeta aumento de 20% nas vendas.

Na importadora Porto a Porto, as compras para o fim de ano tiveram um aumento de 20% na comparação com o ano passado. A expansão foi maior no estoque de vinhos, em especial os rótulos italianos e sul-africanos. Segundo o diretor comercial João Alceu Bobbato, os preços ao consumidor devem ficar estáveis em relação ao Natal passado. "Seguramos a tabela no começo da crise e, além disso, temos parte importante da importação em euros", diz. A estabilidade nos preços, segundo ele, ajuda a elevar as vendas, já que a renda do brasileiro continuou subindo no último ano.

Com a meta de ampliar as vendas em até 10%, a Casa China, uma rede de 13 lojas que vende produtos populares, aumentou em 20% as encomendas de importados. "O dólar ajudou a aumentar a variedade de produtos e conseguimos trazer itens um pouco mais sofisticados para a faixa de preço final com a qual trabalhamos", conta Adecio Toshiaki Nomura, diretor da rede. Ele conta que um terço dos brinquedos e dois terços dos enfeites natalinos são importados, quase todos da China.

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