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Entre a formatura no curso de Administração de Empresas e o início da pós-graduação Edgar Norato de Lima ficou apenas seis meses longe da universidade."Mesmo trabalhando, senti que tinha muito tempo ocioso depois que me formei e o curso era uma forma de estimular o pensamento. Além disso, uma pós-graduação é requisito mínimo para conseguir um trabalho razoável atualmente."

Prestes a terminar o curso de especialização em finanças – o que deve ocorrer em outubro –, o administrador acredita que conseguiu conhecer melhor a prática da sua profissão, embora admita que esperava mais de uma pós-graduação. "Eu esperava uma abordagem mais profunda de alguns assuntos, o que não aconteceu. Na verdade, há pouco diferença em relação à graduação."

Assim como Lima, a maior parte dos alunos de cursos de pós, garantem as instituições de ensino, são estudantes recém-formados que deixaram as salas da graduação há menos de dois anos. "Para a maioria, trata-se de uma continuidade da graduação. O número de pessoas que já começa no ano seguinte da formatura tem crescido", diz o professor Luiz Hamilton Berton, pró-reitor do Centro Universitário Positivo (Unicemp). "A tendência é o aluno recém-formado já engatilhar uma pós para não perder o ritmo."

A juventude dos estudantes, que ainda têm pouca experiência para trocar em sala de aula, está longe de ser um problema. Ao contrário, o interesse cada vez mais cedo pela continuação dos estudos tem ajudado a lotar as salas de aulas de Curitiba mesmo diante de tanta oferta. Três das instituições de ensino mais tradicionais da capital paranaense – Unifae, Isae/FGV e Unicemp – oferecem juntas mais de quatro mil vagas em cursos de especialização, que incluem pós-graduação e MBA (do inglês, Master in Business Administration, ou mestrado em administração de empresas).

As grandes estrelas na preferência dos jovens profissionais são os cursos ligados à área de negócios, especialmente marketing, gestão empresarial, finanças e logística.

"Há espaço para tantos cursos sobreviverem porque a pós-graduação é hoje muito importante para a empregabilidade. A maioria das pessoas já vê os cursos como um investimento prioritário, e não um gasto", aposta o pró-reitor acadêmico da Unifae, professor Luis Roberto Antonik.

Menos otimista em relação ao mercado, o pró-reitor do Unicemp, Luiz Hamilton Berton, diz que a situação já foi mais favorável. "O número de faculdades aumentou, o que fez crescer o número de formandos em cursos superiores. Mas a tendência é que essas instituições também criem cursos de pós-graduação e aumentem cada vez mais a competitividade nesse mercado."

O superintendente do Isae/FGV no Paraná, Norman de Paula Arruda Filho, confirma o interesse dos jovens recém-formados pelos cursos, mas diz que o equilíbrio entre procura e oferta é garantido também pelos estudantes que vêm de fora e pela preocupação constante de aprimoramento profissional. "Uma parte da demanda é formada por alunos que já fizeram algum curso e retornam para completar a formação. Temos que lembrar que esse é um processo permanente de formação por que o mercado é muito dinâmico", diz. "A globalização, apesar do desgaste do termo, é uma realidade e exige que os profissionais estejam preparados pra ela." Segundo Arruda, a instituição tem hoje cerca de 940 alunos de pós-graduação e MBA não só de Curitiba, mas também de estados vizinhos e do Paraguai.

A já acirrada concorrência ganhou mais um personagem com a recente inauguração da Estação Business School, que funciona no quinto andar do Estação Embratel Convention Center em parceria com o Ibmec, uma das mais conceituadas instituições de ensino na área de negócios do país. "Curitiba tinha mais de 30 cursos de pós-graduação na área de gestão e não precisava de mais um como os outros. Por isso entramos com diferencial", diz o diretor-presidente da instituição, professor Judas Tadeu Grassi Mendes.

A diferença, segundo ele, está em unir um corpo docente renomado em uma estrutura adequada. Antes de criar a escola de negócios, Mendes era um dos diretores da Unifae. "Deixei a Fae, mesmo ela sendo uma referência, para apostar em um negócio novo. Acredito que ela ainda está muito misturada com o colégio", diz. "Para mim, faltava em Curitiba um ambiente de negócios, onde os executivos se sentissem bem." Os cursos da Estação Business School ainda não começaram, mas o diretor diz que a idéia está agradando e que muitos executivos e empresários estão procurando a instituição por conta dessa característica.

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