As comemorações do 1º de Maio das duas principais centrais sindicais do pais foram marcadas pelo embate em relação ao projeto de terceirização (PL 4330). Em São Paulo, onde se concentra o maior número de trabalhadores em dois grandes, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) ameaça uma greve geral caso a proposta seja aprovado no Congresso Nacional, enquanto a Força Sindical defende que a terceirização não fere os direitos trabalhistas.
No ato da CUT, realizado no Vale do Anhangabaú, região central da capital paulista, sindicalistas são contra o projeto de lei que trata da terceirização. O PL 4330 já foi aprovado pelos deputados e agora será analisado pelo Senado Federal. A ideia da central é realizar uma greve caso o PL seja aprovado.
“O ato do 1º de Maio é contra o projeto que prevê a terceirização. É também o primeiro movimento para uma greve geral caso a terceirização seja aprovada no Congresso”, disse Vagner Freitas, presidente da CUT. A greve geral seria só um primeiro passo, de acordo com Freitas. A ideia é que a central faça pressão para que a presidente Dilma Rousseff vete o projeto, caso ele seja aprovado no Congresso.
Críticas
E é justamente o desejo da CUT de veto ao projeto que foi alvo de críticas do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), presidente nas comemorações de 1º de Maio organizada pela Força Sindical. Para Cunha, é é perigoso para o governo assumir a pauta do PT, uma vez que a presidente é sustentada por uma base partidária.
“A presidente da República tem que ter cautela. Ela tem o direito de vetar qualquer proposta, embora a última palavra seja do Congresso. É muito importante que a pauta do partido não seja a do governo. A presidente não é sustentada politicamente somente pelo PT, mas por vários partidos. Todos esses partidos votaram pelo projeto. Passa a ser perigoso quando você assume a pauta do PT”, disse.
Ainda sobre o projeto de terceirização, Cunha também aproveitou para acusar a acusar a Central Única dos Trabalhadores (CUT) de politizar o debate. “A CUT teve um papel diferenciado na discussão da terceirização. Usou o PT para fazer um debate equivocado, já que o projeto da terceirização não causa qualquer prejuízo ao trabalhador. pelo contrário, reconhece direitos”, afirmou Cunha.
Para o presidente da Câmara, a central usou debate do projeto para proteger a arrecadação sindical. O projeto que permite a terceirização de qualquer atividade já foi aprovado pelos deputados e agora será analisado pelo Senado Federal.
“A CUT politizou esse processo. Ela quis fazer desse projeto da terceirização um embate político que visava única e exclusivamente a arrecadação sindical deles. Quero ver como a CUT vai se comportar no debate do ajuste fiscal e como vai ser o comportamento do PT com a CUT — disse.
O deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, também não poupou críticas à CUT, que realiza seu ato do Primeiro de Maio na região central da capital paulista. “A CUT montou uma estratégia de pegar alguma coisa para criar dificuldade, fazer política e livrar a cara da (presidente) Dilma (Rousseff)”, afirmou Paulinho.
Ele disse ainda que o projeto da terceirização é bom e que “só precisa corrigir uns detalhes”, o que será feito no Senado. “Fiz o meu papel e apresentei quatro emendas. Não há racha da base da Força Sindical sobre isso, apenas algumas divergências”, afirmou .
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