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Claudinei e Alex, que têm fábrica em Campo Magro: tradição de família | Fotos: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Claudinei e Alex, que têm fábrica em Campo Magro: tradição de família| Foto: Fotos: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

A origem da produção de móveis artesanais de Campo Magro está no bairro curitibano de Santa Felicidade, onde famílias tradicionais atuavam no segmento usando principalmente o vime, introduzido por imigrantes italianos no fim do século 19. Aos poucos, funcionários dessas famílias que moravam em Campo Magro levaram a técnica para o lado de lá da Manoel Ribas, na Estrada do Cerne, e abriram seus próprios negócios.

"Meu pai, que é marceneiro, e o meu tio, artesão, trabalharam para as famílias Stival e Túlio em Santa Felicidade, e depois foram trabalhar por conta própria em Campo Magro. Eu e o meu irmão Alex aprendemos tudo com eles", conta Claudinei Colonhesi, dono de uma fábrica de móveis artesanais.Quando Colonhesi abriu sua empresa, há dez anos, a maioria dos móveis que produzia eram de vime e junco. Hoje, usa fibras sintéticas – mais baratas, resistentes à água, com várias opções de cores e mais fáceis para se trabalhar. Fibras naturais como o vime e o junco ainda têm público cativo, mas menor. E, por serem mais difíceis de manipular, são deixadas em segundo plano pelos próprios artesãos.

Contrastes

A produção de Campo Magro se divide entre uma maioria de artesãos autônomos e uma minoria de micro e pequenas empresas. Essas vendem diretamente a lojistas, enquanto os artesãos, como Genival da Silva, negociam com atravessadores. Genival diz ter vontade de se mudar para São Paulo desde que viu, na capital paulista, um jogo de poltronas idêntico ao que ele produz sendo vendido em uma loja por quase quatro vezes mais.

A poucos quilômetros da casa dele, a empresária Célia Machado, dona da fábrica Rustfer, diz não ter do que reclamar. A empresa, que tem 70 funcionários próprios e 70 terceirizados, faz entregas no Brasil todo com os próprios caminhões, e exporta até para os Estados Unidos. Só não vende muito para a vizinha Curitiba. "Meus produtos são caros demais para os curitibanos", diz Célia.

O Polo de Artesanato, que deveria expor os produtos locais, fica ao lado de um cemitério – e está desativado. O prefeito, José Pase, diz que pretende construir um novo espaço, com potencial turístico, mas admite que por enquanto não há sequer orçamento para isso.

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