A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) enviou ontem um e-mail aos ministros da Saúde, José Ramos Temporão, e da Agricultura, Reinhold Stephanes, registrando "profunda preocupação" da entidade com a qualidade das informações que têm sido transmitidas à sociedade brasileira sobre a influenza da América do Norte.De acordo com o documento, a doença foi equivocada e inapropriadamente "batizada pela imprensa" de "gripe suína". Na avaliação da ABCS, a mídia ainda não refletiu com relevância o comunicado da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), que condenou ontem, de forma veemente, o uso da denominação "Gripe Suína".
Tarefa difícil
De fato, funcionários do governo norte-americano disseram ontem que podem abandonar o termo "gripe suína" por temer que ele confunda as pessoas e faça com que acreditem que a doença pode ser adquirida pelo consumo de carne de porco. "Estamos discutindo: há uma forma melhor de descrever a doença que não leve as pessoas a tomarem atitudes incorretas?", perguntou o doutor Richard Besser, diretor interino do Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, pela sigla em inglês).Os cientistas do CDC descobriram que a gripe, de uma cepa nunca encontrada antes, é uma mistura dos vírus suíno, humano e aviário. Funcionários do governo apressaram-se em informar que é impossível contrair a gripe atinge os porcos alimentando-se de sua carne. Mas, na semana passada, China, Rússia e Ucrânia interromperam suas importações de carne suína do México e de estados norte-americanos.As reclamações também vieram do exterior. Funcionários do governo israelense sugeriram, na segunda-feira, renomear a doença de "gripe mexicana", dizendo que a referência a porcos é ofensiva à sensibilidade de judeus e muçulmanos ao animal. Apesar de o maior número de infecções e de casos mais graves terem sido registrados no México, cientistas não têm provas de onde o vírus se originou.
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