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Tela em estação de trem alemã afetada pelos ataques de hackers. | Jan Woitas/AFP
Tela em estação de trem alemã afetada pelos ataques de hackers.| Foto: Jan Woitas/AFP

Mesmo distante dos focos principais dos hackers que deixaram em alerta empresas e governos em todo o mundo, nesta sexta-feira (12), o Brasil não escapou da ação dos cibercriminosos. Em nota, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República informou que “o ataque também ocorreu no Brasil em grande quantidade, por meio de e-mails com arquivos infectados”. Os reflexos foram pontuais na administração pública, mas, ainda assim, os serviços nas agências do INSS foram suspensos em todo o país.

Também foram afetadas empresas, como a Petrobras, que fizeram varreduras emergenciais em seus sistemas ou os desligaram completamente. Órgãos como o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) ficaram fora do ar por boa parte do dia.

Depois de interromper os serviços de sua rede nacional, o INSS informou que não haverá prejuízo aos trabalhadores, e os atendimentos que estavam marcados para a sexta-feira (12) serão reagendados. Além disso, a Data de Entrada de Requerimento (DER) dos cidadãos agendados será resguardada. As páginas da Previdência Social, assim como as do Ministério do Trabalho, ficaram sem acesso.

Bancos

Apesar de boatos nas redes, os bancos brasileiros, por intermédio de sua federação (Febraban), informaram que seus sistemas não foram contaminados. Entre as operadoras de telefonia, a única a registrar problemas foi a Telefônica.

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Com os sistemas de sua matriz na Espanha atingidos pelo ataque, a Telefônica teve afetada também a sua operação no Brasil. Funcionários da companhia, dona da Vivo, foram orientados a não ligar os computadores ou acessar os e-mails pelo celular. Desde o meio da manhã, o escritório central da companhia ficou praticamente parado. Os serviços aos usuários da operadora no país, contudo, não foram prejudicados.

Em São Paulo, o Tribunal de Justiça (TJ-SP), depois de identificar os links criminosos em alguns computadores, por precaução, determinou que os terminais de todas as seções no estado fossem desligados à tarde. De acordo com a assessoria da presidência do TJ, dos cerca de 55 mil terminais de computador da Justiça paulista, 275 teriam sido alvo de e-mails infectados, como ocorreu na Previdência.

Além do TJ-SP, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP) também ordenou a seus funcionários que desligassem os computadores para prevenir ataques. No Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), a opção foi por desconectar as linhas de acesso à internet. Os funcionários do MP-SP continuaram usando os computadores, mas com acesso restrito ao conteúdo interno da repartição.

Petroleira

A Petrobras seguiu a mesma receita e comunicou aos seus funcionários em todo o país para que salvassem todos os trabalhos que estivessem fazendo e desligassem os computadores por cerca de 15 minutos.

O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), que atende órgãos como a Receita Federal, o Tesouro Nacional, os ministérios do Planejamento e da Justiça e o Denatran, informou ter acionado um plano de contingência.

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Já a distribuidora de energia Light disse que não foi afetada porque a ameaça foi detectada há dois meses, e a empresa tomou todas as medidas necessárias para impedir os ataques.

Desligue

De acordo com Rony Vainzof, diretor do departamento de Segurança da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), até agora, os grandes ataques de ransomware eram pontuais, restritos a um país ou empresa. Como é bem mais amplo agora, e se desconhece seu alcance, desligar os computadores vulneráveis é uma boa medida. Desativam-se, assim, “aplicações que poderiam ser contaminadas”.

“Esta é a primeira vez que se tem um ataque dessa dimensão com esse vírus, que explora vulnerabilidades de sistemas operacionais, nesse caso do Windows”, diz Vainzof.

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