| Foto: freestocks.orgFlickr

Enquanto vários artistas tiram seus álbuns do serviço de streaming Spotify por alegarem que os valores pagos são baixos, a empresa pode estar facilitando a vida de falsos artistas e oportunistas que manipulam o sistema a fim de lucrar com músicas e estratégias questionáveis. As táticas incluem desde lançar vários álbuns com músicas repetidas de artistas desconhecidos a faixas sem nenhum som. As informações foram divulgadas primeiro pelo site Music Business Worldwide (MBW) e confirmadas pelo Vulture

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O Spotify remunera os artistas de acordo com a quantidade de vezes que a música é reproduzida no aplicativo. O artista ganha cada vez que uma música sua é transmitida por, pelo menos, 30 segundos. A empresa não revela quantos royalties paga por reprodução, mas especula-se que o valor não chegue a US$ 0,01. 

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Com cerca de 150 milhões de usuários e sendo uma plataforma com poucos obstáculos para a entrada de novos artistas, a presença dos “falsos” e de gente tentando manipular o sistema para obter ganhos fáceis não chega a ser surpreendente. O que impressiona é a criatividade na hora de inventar saídas para ludibriar os usuários do Spotify.

Confira alguns desses truques:

Álbuns com as mesmas músicas

Artistas estariam liberando dezenas de álbuns com músicas repetidas. Assim, aumenta-se a chance de o usuário clicar em umas dessas faixas. Um exemplo é o artistas chamado Sir Juan Mutant, que tem 65 álbuns com mais de 50 faixas cada, a maioria repetida. 

Músicas sem som
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Álbuns silenciosos também aparecem no Spotify. O caso mais icônico foi do quarteto norte-americano Vulfpeck que, em 2014, lançou o álbum Sleepify, composto por 10 faixas de absoluto silêncio, e pediu aos fãs para que deixassem ele tocando durante a noite. O dinheiro levantado seria usado para pagar uma turnê da banda.

A ideia rendeu US$ 20 mil em dois meses, e chegou ao fim quando o Spotify a descobriu e excluiu o álbum alegando violação dos termos de serviço. Ainda assim, o Vulfpeck recebeu o dinheiro e fez a turnê prometida.

Parabéns pra você

Diversos artistas estão gravando a canção “Feliz Aniversário” diversas vezes, mas mudando o nome do aniversariante a cada gravação a fim de oferecer músicas personalizadas ao maior número possível de pessoas. 

Músicas spam
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Fazer músicas sobre cidades, pessoas e fatos que as pessoas gostariam de ouvir e, consequentemente, acabam buscando no Spotify para ver se existem. Esse é o negócio de artistas como Matt Farley, conhecido por fazer milhares de músicas spams. As canções, um tanto simplórias, usam palavras-chaves muito buscadas pelos usuários para ter um grande alcance através da pesquisa.

Versões de sucessos pop

Basta uma música viralizar para surgirem diversos artistas cantando aquele hit. E como, em muitas casos, o cantor original da música chiclete sequer está listado no Spotify, aumentam as chances da versão menos conhecidas conseguir uma grande audiência.

Título da música

Muitas vezes, o título de uma música famosa não é tão óbvio ou não está dentro da letra do single. Os oportunistas se utilizam disso para criar músicas falsas ou plágios com um título que remete ao refrão de um famoso single, ficando muitas vezes na frente da canção original quando alguém faz uma busca pelo termo mais famoso.

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Acusações contra o Spotify

Ainda segundo as publicações, o Spotify, para reduzir os custos de royalties e tapar lacunas de artistas que não estão em sua plataforma, também estaria contratando produtores para gravar músicas “falsas”.

A tática seria colocar esses falsos artistas nas principais listas de reprodução e nas primeiras colocações de busca para que os usuários cliquem em suas faixas. Assim a empresa não precisa pagar os royalties - já que os artistas não existem - e os verdadeiros cantores deixam de ganhar, pois o público demora mais para encontrá-los.

Em nota ao Vulture, a empresa desmentiu as informações. “Nós não criamos e nunca criaremos artistas falsos para colocá-los nas listas de reprodução do Spotify”, afirmou um porta-voz da companhia na última sexta-feira (7).