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Nos Estados Unidos, além de vender de tudo on-line, a Amazon possui lojas físicas.  | Bigstock
Nos Estados Unidos, além de vender de tudo on-line, a Amazon possui lojas físicas. | Foto: Bigstock

Desde quando a Amazon chegou ao país no fim de 2012, uma pergunta ronda o mercado: “Quando a gigante do e-commerce americano vai começar a vender de tudo no Brasil?” A empresa se limitou, até o momento, a vender livros físicos e digitais e a comercializar os seus serviços adicionais, como o Kindle, seu leitor eletrônico, o Kindle Unlimited, plano de assinatura digital, e o Amazon Web Services, armazenamento na nuvem. Mas a expectativa é que oferta de produtos cresça em breve e a principal sinalização para isso foi a abertura do site brasileiro da Amazon para ser um marketplace

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Em abril deste ano, a companhia americana transformou o seu e-commerce no Brasil em um marketplace de livros. Qualquer pessoa física ou jurídica pode vender livros novos, usados ou seminovos através do site da Amazon.com.br. Basta fazer o cadastro e se comprometer a entregar os produtos, além de pagar as taxas exigidas.  

Antes, a Amazon vendia somente livros novos que ela mesma negociava com fornecedores. O lançamento acrescentou 100 mil obras em português ao catálogo da companhia e, para alguns analistas de mercado, indica uma preparação da empresa para começar a vender novas categorias de produtos em seu site, sob o modelo de marketplace.  

“O lançamento do marketplace é um claro sinal que ela [Amazon] vai testar o formato no Brasil primeiro vendendo livros de terceiros e, se tudo der certo, vai abrir o site para vender outras categorias, como eletrônicos e até vestuário, já que ela é muito forte lá fora na área de vestuário”, afirma um executivo da área, que prefere não ser identificado.  

A consultora especializada em varejo Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores, também acredita que o marketplace da Amazon vai permitir, em um futuro próximo, que terceiros vendam diversas categorias, além de livros. “A Amazon tem uma estrutura de marketplace que eu acredito ser o futuro. É uma estrutura simples e completa, onde ele cuida de todo a logística, armazenamento e entrega”, explica a executiva, que também afirma que a empresa americana pode começar a oferecer o serviço completo no Brasil.  

“Hoje, é muito custoso manter operações próprias de logística e TI, mesmo para as grandes empresas”, afirma Tozzi. “É natural que surja um grande player no Brasil que vai concentrar todo esse serviço. Nos Estados Unidos, quem fez isso foi a Amazon”, completa a executiva.  

Atualmente, o marketplace de livros da Amazon não cuida da logística para quem anuncia em seu site. O vendedor parceiro é o responsável por entregar os produtos conforme a descrição do item e é avaliado regularmente pela gigante do e-commerce. Mas, no exterior, a empresa já oferece soluções para cuidar de todo o processo de venda do parceiro. 

Expansão lenta

A entrada da Amazon no Brasil em outros segmentos que não de livros é esperada pelo mercado há algum tempo. A empresa estreou no Brasil no fim de 2012, vendendo livros digitais e o seu leitor digital Kindle. Em 2015, ela passou a vender também livros físicos e, agora em 2017, abriu seu site no país para ser um marketplace somente na área de livros.  

A expansão lenta é atribuída a fatores culturais e a complexidade tributária no Brasil. Até por isso, Pedro Guasti, CEO da consultoria especializada em comércio digital E-bit, afirma que o caminho mais simples para a Amazon é abrir seu site para que terceiros vendam categorias diversas do que ela mesma gerenciar a compra e venda de produtos diversos.  

“A Amazon está no Brasil desde 2012. Ela vem em um processo de conhecer o país. É claro que a pretensão dela deve ser maior do que vender o que ela vende agora, que é basicamente livros e o Kindle. O mais provável é ela ser um canal para que terceiros possam vender de tudo”. E ele, apesar de preferir em não falar em prazos para isso acontecer, acrescenta: “É claro que vai modificar o equilíbrio de forças, tanto do varejo físico quanto do digital”.

Procurada, a Amazon afirma que "não especula sobre planos futuros”.

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