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Xperia XZ1 Compact em quatro cores | SonyDivulgação
Xperia XZ1 Compact em quatro cores| Foto: SonyDivulgação

De alguns anos para cá, a indústria de smartphones passou a lançar grandes produtos. Literalmente: eles cresceram a fim de acomodar telas maiores, com pelo menos 5 polegadas. Mesmo os segmentos de entrada, historicamente restritos a telas menores e piores, e na linha do iPhone, que já fez piada com telas grandes em seu marketing quando ainda tinha uma diminuta, de 3,5 polegadas, adotaram telas grandes para suprir atender ao anseio do consumidor. Como resultado, em 2017 é praticamente impossível encontrar um smartphone pequeno à venda.

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A prova definitiva desse novo cenário vem de Berlim, Alemanha, onde começa amanhã (1) a IFA, maior feira de eletrônicos da Europa. É praxe, em eventos do tipo, que a véspera seja tomada por anúncios à imprensa de produtos que serão expostos nos dias seguintes ao público e parceiros comerciais. A Sony é uma das que fizeram isso. A fabricante japonesa anunciou três smartphones, um deles com o promissor nome Xperia XZ1 Compact.

Só que de “compact”, o novo aparelho tem pouca coisa além do nome. Ele chega a ser, de maneira relativa: os outros dois anunciados, Xperia XZ1 e Xperia XA1 Plus, têm 14,8 e 15,5 cm de altura, respectivamente, sendo maiores que o irmão menor, com 12,9 cm. Comparado a aparelhos de outras marcas, porém, a diferença diminui — um iPhone 7 tem 13,9 cm, ou seja, é apenas 7% maior. Perto de smartphones antigos, de quatro ou cinco anos atrás, o Xperia XZ1 Compact parece gigantesco: o Moto G de primeira geração, que não tinha apelo de marketing algum direcionado ao seu tamanho e era considerado grande entre os modelos intermediários, tinha a mesma altura do XZ1 Compact.

Os smartphones cresceram porque há demanda por modelos grandes — e nenhum sinal de que um movimento reverso acontecerá. Em 2014, uma pesquisa da Jana Mobile constatou que 61% dos brasileiros preferem smartphones com telas de 5 polegadas ou mais. Um ano antes, pesquisa da Strategy Analytics detectou que consumidores norte-americanos preferiam telas de 4,5 polegadas, meio termo entre os dois topos de linha da época, iPhone 5 (4”) e Galaxy S4 (5”).

Quem quer smartphone pequeno?

O único smartphone realmente compacto ainda à venda é o iPhone SE, lançado em 2016. Trata-se de uma versão especial do iPhone 5, de 2012, com componentes atualizados (a maioria herdada do iPhone 6s, de 2015). Com 12,3x5,8x0,7 cm e tela de 4 polegadas, é o último representante de uma era mais simples, suplantada pela da comodidade de ver vídeos e ler mais texto em telas muito maiores.

E por que alguém iria querer um smartphone pequeno? O argumento mais forte dos resistentes aos telões é a ergonomia. O empreendedor Om Malik, de San Francisco, relatou em seu blog ter trocado um iPhone 7 Plus (15,8x7,8x0,7 cm, tela de 5,5 polegadas) pelo iPhone SE.

“Nos últimos meses, tenho sentido uma dor crescente no meu pulso e polegar esquerdo. Às vezes, acordava no meio da noite sentindo muita dor”, escreveu Malik. Sua médica lhe disse que era questão de tempo até que ele desenvolvesse uma síndrome do túnel carpal, doença que se manifesta pela compressão do nervo mediano, que passa pelo túnel do carpo, no pulso.

Com a troca pelo iPhone SE, Malik espera esticar menos o polegar e usar menos o aparelho. A tela menor, comenta, o forçará a fazer menos coisas do que era capaz com a maior, do iPhone 7 Plus.

Se preferisse Android, Malik teria dificuldade em encontrar um substituto. O ranking de julho dos smartphones mais procurados pelos brasileiros, feito pelo comparador de preços Zoom, não inclui nenhum modelo com tela menor do que 5 polegadas. Fora o Xperia XZ1, o outro topo de linha com Android, lançado em 2017 e com tela menor, é o KeyONE, da Blackberry. Mas isso não significa que ele seja pequeno: graças ao teclado físico, reminiscência dos bons tempos da marca, o KeyONE tem 14,9 cm de altura.

Telas maiores sem aumentar o smartphone

Em 2017, uma forte tendência entre as fabricantes é a eliminação das bordas frontais dos smartphones. Samsung, LG, a novata Essential e, especula-se, até a Apple devem embarcar nessa.

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Livrar-se das bordas permite que se coloque telas maiores sem que o tamanho físico do smartphone aumente. É esse truque o responsável pela criação de um Galaxy S8, com 5,8 polegadas, menor que o Galaxy Note 5, de 2014, que tinha uma tela de 5,7 polegadas. O S8 tem 14,9 cm de altura e 6,8 cm de largura, enquanto que o Note 5 apresenta 15,3 cm por 7,6 cm.

Se não vão encolher, pelo menos os smartphones de amanhã não devem ficar maiores. Afinal, é de se questionar se um smartphone com tela maior que 6,2 polegadas, tamanho da do Galaxy Note 8, anunciado semana passada, ainda pode ser classificado como tal, e não como um tablet.

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