Uma vez por ano, toda a indústria e parceiros de tecnologia móvel se reúne em Barcelona, na Espanha, para o Mobile World Congress, o maior evento do setor. Lá, diversas fabricantes apresentam as suas principais apostas para o primeiro semestre. Na lista abaixo, você confere quais já foram confirmadas ou têm grandes chances de chegarem ao Brasil.
Galaxy S9, a estrela do show
Carro-chefe da Samsung, o Galaxy S9 e seu irmão maior, o Galaxy S9+, foram anunciados no MWC e, como acontece toda vez que ele aparece lá, roubaram a cena.
Visualmente, o Galaxy S9 não difere muito do seu antecessor, o Galaxy S8. O visual é bem parecido, com algumas mudanças mínimas como a diminuição das bordas superior e inferior da tela e o reposicionamento do sensor de digitais, que agora está abaixo da câmera — no S8, ele ficava do lado da câmera e foi alvo de duras críticas da imprensa e dos usuários.
Além dos ganhos esperados nesse tipo de atualização, como processador mais rápido, tela mais brilhante e a última versão do Android “Oreo”, a Samsung trouxe alguns truques interessante para a câmera.
O Galaxy S9 possui um sistema mecânico que altera a abertura variável da lente: f/1,5 (maior) e f/2,4. O truque, velho conhecido de câmeras fotográficas profissionais, permite que se controle a quantidade de luz que incide no sensor. Aberturas maiores captam mais luz, sendo melhores para cenas noturnas, e geram o efeito “bokeh”, que desfoca o segundo plano. Já aberturas menores são indicadas para ambientes bem iluminados, evitando estouros e outros artefatos gerados pelo excesso de luz.
No Galaxy S9+, que tem tela de 6,2 polegadas (contra a de 5,8 do modelo menor), a Samsung colocou duas câmeras, uma delas com o mecanismo de abertura variável. Outra diferença, uma que não existia nas gerações anteriores, é que o S9+ virá com mais RAM, um tipo de memória rápida que o sistema e apps usam para funcionarem. Será 6 GB, contra 4 GB do Galaxy S9 convencional.
Outros truques da câmera são o modo de super câmera lenta, que registra vídeos curtos a 960 quadros por segundo, e os “AR Emoji”, que gera emojis personalizados e em três dimensões a partir do rosto do usuário.
O “iPhone” da Asus
A Apple não participa do MWC, mas alguém que passasse distraído pelo estande da taiwanesa Asus poderia ficar bastante confuso.
O Zenfone 5 e sua variante mais potente, o Zenfone 5Z, são muitíssimo parecidos com o iPhone X. Estão lá o característico entalhe no topo da tela e, atrás, o posicionamento das câmeras na vertical.
À imprensa, um executivo da Asus justificou a similaridade dizendo que “algumas pessoas dirão que é uma cópia da Apple, mas não podemos fugir do que os consumidores querem. Você precisa seguir tendências”.
O argumento não colou muito bem e as manchetes foram bem duras. No The Verge, uma das maiores publicações especializadas de tecnologia do mundo, ela diz: “o Zenfone 5 é uma cópia sem vergonha do iPhone X com som alto e recursos de inteligência artificial exagerados”.
Tirando o visual pouco inspirado e os tais recursos questionáveis de inteligência artificial, Zenfone 5 e 5Z oferecem componentes equilibrados, uma tela que foi bastante elogiada e preços muito competitivos — lá fora, mas algo que deve se repetir aqui se a Asus mantiver o seu histórico no Brasil. O preço sugerido do Zenfone 5Z, o mais caro da dupla, é de US$ 499, ou R$ 1.615.
A Asus também mostrou outro aparelho, mais simples e com visual menos polêmico. Trata-se do Zenfone 5 Lite, que, no Brasil, deverá ser chamado Zenfone 5 Selfie, pois traz câmera dupla frontal.
Enfim, novos topos de linha da Sony
Em janeiro de 2013, a Sony lançou o Xperia Z, smartphone que apresentou ao mundo o design “Omnibalance”. Nos quatro anos seguintes, todos os smartphones da fabricante japonesa seguiram fielmente aquele design. Tanto tempo depois, ele envelheceu e de uma distinção interessante, passou a ser algo cansado e repetitivo.
O Xperia XZ2 finalmente traz um novo visual para a linha de smartphones da Sony. Ele adota um desenho mais curvilíneo na parte de trás e bordas reduzidas na frente, características que lhe conferem um ar mais moderno — e condizente com a concorrência.
Fora as atualizações internas de praxe, o Xperia XZ2 traz uma novidade… curiosa: um novo motor háptico, responsável por fazer smartphones vibrarem, que é ativado por músicas, vídeos e jogos. Lembra um pouco aquela função de vibrar presente em controles de videogame.
O Xperia XZ2 também terá uma versão menor, a Compact, que perde algumas funcionalidades, como o motor háptico citado acima, mas cabe melhor em bolsos e na palma da mão.
O que mais?
A LG, que costuma aproveitar o MWC para anunciar seu topo de linha do ano, segurou a onda em 2018. Rumores indicam que ordens de cima levaram os engenheiros da sul-coreana a refazer todo o projeto. Fora isso, a empresa mostrou uma versão levemente modificada do V30, chamada V30S ThinQ. A modificação é tão leve que as duas versões são praticamente indistinguíveis.
A Alcatel, marca da chinesa TCL que vende alguns smartphones de entrada no Brasil, anunciou cinco novos aparelhos em Barcelona. O mais caro deles — e o mais caro já feito pela marca — tem preço sugerido de € 230, cerca de R$ 910. São eles: Alcatel 5 (o mais caro); Alcatel 3, 3X e 3V (variações no tamanho da tela); e Alcatel 1X (de apenas € 110, ou R$ 435, e rodando Android Go).
A Nokia, representada pela fabricante HMD Global, anunciou quatro smartphones, três deles participantes do programa Android One, um com Android Go, e uma releitura do Nokia 8110, o famoso celular simples com tampa do teclado deslizante que Keanu Reeves usou no filme Matrix, de 1999.
MANUAL DO USUÁRIO: Com Android e foco no consumidor, smartphones Nokia voltam a chamar a atenção
Vale lembrar que o segundo semestre deverá trazer uma nova leva de smartphones topo de linha. Tradicionalmente, é quando a Apple revela sua nova geração de iPhone, a Samsung lança o novo Galaxy Note e a Motorola, o seu novo Moto Z.
Disponibilidade e preços
Nenhuma fabricante estipulou datas ou preços específicos para o Brasil, mas, como todas elas (com exceção da HMD Global) atuam no Brasil, é provável que esses aparelhos apareçam por aqui no decorrer de 2018. Nessa corrida, a Samsung geralmente é a mais rápida, então o Galaxy S9 deve ser o primeiro a aparecer nas lojas brasileiras.
O caso da LG é atípico. A linha V existe há alguns anos, mas nunca foi comercializada no país, logo não deveremos ver o V30S ThinQ à venda no Brasil.
Por fim, embora a HMD Global tenha planos de expansão agressivos e já atue em quase 100 mercados, ainda não há previsão de entrada no Brasil.
