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| Foto: Evaristo SA/AFP

O presidente da República, Michel Temer, voltou a dizer que o governo não vai abrir mão do controle da Embraer, apesar das ofensivas da Boeing para adquirir a brasileira. Ele disse que a Boeing pode ter uma participação na Embraer, mas que a compra do controle não vai acontecer nem pela via direta nem pela indireta. O presidente comparou, ainda, a fabricante brasileira com a Petrobras, dizendo que a Embraer tem simbologia parecida para o país.

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“A Boeing pode aumentar enormemente participação na Embraer, mas não pode ter o controle”, disse Temer em entrevista concedida nesta segunda-feira (29) ao programa Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, em São Paulo. A Boeing, porém, ainda não tem nenhuma participação acionária na Embraer, somente projetos de parceria e cooperação, como no caso do cargueiro KC-390, em que a companhia americana é a responsável por comercializar e dar suporte ao avião no mercado externo.

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Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Temer classificou como natural a insistência da Boeing em querer comprar a Embraer, mas que o controle continua com o poder público federal. “A ideia básica é esta: perda do controle nem pela via direta nem pela via indireta.” Na prática, o governo tem uma ação especial sobre a Embraer, herança da privatização, que lhe dá direito a vetar a compra do controle acionário da companhia – hoje, na mãos de ninguém, já que a Embraer tem capital pulverizado (sem controlador ) – por terceiros.

Um das justificativas utilizadas por Temer na entrevista para ser contra a venda do controle acionário à Boeing foi comparar a Embraer com a Petrobras. “A Embraer tem uma simbologia muito grande para o país, mais ou menos como a Petrobras. Nós dissemos a ele [ao presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva]: vamos levar em conta seus argumentos, vamos estabelecer uma comissão com a Aeronáutica, a Defesa, vocês da Embraer e vamos discutir isso longa e fartamente. Mas desde já fica estabelecido, o controle continua com o poder público federal.”

Entenda o caso

Uma comissão do governo que envolve os ministérios da Defesa e da Fazenda e a Aeronáutica está acompanhando as negociações da Boeing com a Embraer. As conversas para uma possível combinação de negócios entre as duas fabricantes foram confirmadas no fim do ano passado e, desde então, elas tentam encontrar um modelo de negócios que seja vantajoso para ambas e que esteja de acordo com os interesse do governo.

Desde quando o assunto veio à tona, representantes do governo afirmam que a União não vai ceder o controle da Embraer à Boeing. Apesar de ter sido privatizada em 1994 e ser uma companhia aberto de capital pulverizado (sem controlador), a União tem uma ação especial, chamada golden share, que lhe dá direito a veto sobre decisões estratégicas, como troca de controle acionário e criação ou interrupção de projetos militares.

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