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| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A Uber, que acumula perdas atrás de perdas enquanto tenta alcançar uma hegemonia em todo o mundo, será lucrativa dentro de três anos, afirmou o CEO da companhia, Dara Khosrowshahi. Mudar a trajetória financeira da empresa, saindo do vermelho e entrando no azul, seria uma mudança drástica para o aplicativo de transportes, que vem perdendo bilhões de dólares por ano. Em 2016, o prejuízo foi de quase US$ 3 bilhões. Em entrevista à Bloomberg durante o Fórum Econômico Mundial , que acontece em Davos, na Suíça, Khosrowshahi afirmou que, mesmo que a empresa continue a ser agressiva quanto à expansão, vai encontrar maneiras de ser mais eficiente.

Quase seis meses depois do início do seu mandato na Uber, Khosrowshahi está tentando reverter o que foi um período de turbulência sem precedentes na empresa. O aplicativo enfrenta várias investigações governamentais, alegações de assédio sexual e aumento da concorrência de rivais ao redor do mundo. Khosrowshahi disse que seu objetivo para 2018 é “voltar à normalidade” após os desafios deixados pelo ex-CEO e cofundador do aplicativo Travis Kalanick. “O crescimento exagerado pode ocultar problemas culturais”, afirma o novo comandante da Uber.

Planos para o futuro próximo

Khosrowshahi ressaltou, ainda, que a empresa está investindo pesadamente em tecnologia de carros autônomos e que deve lançar o serviço em algumas cidades dentro de 18 meses. Mas, no início, os veículos apenas transportarão os passageiros em rotas selecionadas. Depois, as rotas serão expandidas ao longo do tempo.

A empresa também está desenvolvendo em parceria com a Nasa (agência espacial americana) e outras empresas privadas, como a Embraer, veículos voadores que vão transportar passageiros em algumas cidades como Dallas, no Texas. A previsão é que os veículos estejam disponíveis dentro de dez anos.

Khosrowshahi afirmou também que deseja fazer a primeira oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) da Uber no próximo ano, em um processo que abriria os resultados financeiros da empresa para um exame minucioso de analistas e investidores. A Uber também concluiu recentemente um acordo com o conglomerado de tecnologia japonês SoftBank, que comprou 15% das ações da empresa e se tornou seu maior acionista individual.

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Rajeev Misra, um executivo do SoftBank que se juntou ao conselho da Uber recentemente, sugeriu em uma entrevista recente ao Financial Times que a Uber concentraria seus esforços nos principais mercados, como Estados Unidos, Europa, América Latina e Austrália. Na entrevista em Davos, Khosrowshahi discordou, dizendo que a empresa se “inclinaria para frente” na sua expansão.

Os desafios do novo CEO

Desde que assumiu o cargo de CEO no ano passado, Khosrowshahi esteve em uma ofensiva para melhorar a imagem da empresa. Ele disse que a empresa deve trabalhar mais estreitamente com os reguladores, uma abordagem diferente da usada por Kalanick, que costumava bater de frente com autoridades.

Khosrowshahi disse que trabalha para mudar a cultura corporativa abusiva de Uber. Ele elogiou a ex-engenheira da Uber, Susan Fowler, que escreveu uma postagem de blog sobre a cultura sexista da empresa que levou a uma investigação dentro do aplicativo e a um debate mais amplo sobre o tratamento das mulheres no Vale do Silício. Ele classificou a situação como “difícil”, mas “uma das melhores coisas que aconteceu com a Uber” por causa das mudanças de cultura dentro da empresa que o fato provocou. O novo CEO reforçou que a Uber tem trabalho a fazer para tornar sua cultura mais acolhedora para as mulheres.

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