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Arte baseada em Bioshock 2: efeitos sonoros têm papel importante na trama | Divulgação
Arte baseada em Bioshock 2: efeitos sonoros têm papel importante na trama| Foto: Divulgação

Mais um grande jogo chega aos consoles e ao PC. Bioshock 2 foi uma das nossas apostas de melhores games do ano. E foi um tiro certo. Ele não só conseguiu se equiparar ao excepcional jogo de 2007 que originou a franquia como foi além. A sequência conseguiu melhorar bem a dinâmica do game original. O original tinha alguns problemas com a jogabilidade que eram ofuscadas pelo roteiro genial.

Além da história contribuir, Bioshock 2 brilha mais pois a história é muito bem amarrada, a ação é mais intensa e os sustos parecem ter aumentado exponencialmente. Em alguns mo­­mentos, o jogo consegue ser mais assustador que F.E.A.R. 2, o jogo mais aterrorizante que se tem notícia. Experimente jogar no escuro, apenas com o monitor ou a tevê ligada, com o volume bem audível, e seja envolvido pelo realismo perturbador.

A trama se desenrola na temível cidade de Rapture. Os corredores claustrofóbicos, conectando os salões enormes e de arquitetura imponente – tudo conspira para instigar o medo. Nos lugares apertados, é difícil se esquivar do perigo; nas áreas abertas, oponentes enlouquecidos podem surgir de qualquer canto. E mesmo ao se jogar de dia, é impossível conter os sustos, que aumentam ainda mais devido ao novo visual, que ficou ainda mais sombrio que o game original.

A forma como o jogo de sombras e luzes foi utilizado para enfatizar o mistério é primorosa. O mundo distópico e abandonado também está muito bem representado. Em relação ao primeiro game, há um bom avanço no estilo dos personagens. Agora, eles estão mais orgânicos, de formas mais arredondadas. As Little Sisters, crianças macabras que extraem uma espécie de fator mutagênico dos deformados habitantes de Rapture, são difíceis de esquecer.

Esse fator mutagênico dá ao game um elemento interessante de RPG. Seu personagem pode adquirir novos poderes e evoluí-los durante o jogo. E aí vale tudo, de telecinese a pirocinese.

Os sons do jogo continuam tendo papel crucial na dinâmica da história e na própria forma como a trama se desenrola. Existem vários diários em áudio espalhados por Rapture, e acompanhá-los é uma forma genial de ficar ainda mais envolvido. Além das gravações, o jogo tem todo um relevo sonoro que valoriza muito o efeito de tensão que ele tem sobre quem joga.

Em muitos momentos do jogo, a única dica de que um inimigo está se aproximando é o som que ele faz. Risadas insandecidas, um arrastar de pés soturno, correntes, lâminas e toda a sorte de gritos de desespero ecoam por Rapture.

Problemas no jogo

Apesar de excelente, Bioshock 2 tem alguns bugs bem chatos. A versão para PC não permite que se jogue usando um controle, apenas teclado e mouse. En­­quanto alguns podem argumentar que esse esquema de controles para PC é perfeito, muita gente que tem um PC na sala acha desconfortável jogar do sofá equilibrando teclado e mouse no colo.

Outro problema é a perspectiva errada quando se tenta jogar o game em monitores widescreen. Nada que uma atualização não possa resolver. E já há relatos de jogadores que reclamam de problemas no modo multiplayer, que o jogo trava em aleatoriamente, o que é um problemão.

Mas salvo isso Bioshock 2 é um game adulto, intenso, complexo – uma experiência que deve ser saboreada como um livro ou filme denso. E vale cada minuto.

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